Saiba como o São Paulo usará os R$ 200 milhões recebidos em transferências

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UOL

Thiago Braga

Com a proximidade do fim da janela de transferências, que fecha nesta quinta-feira (1), o São Paulo tem muito a comemorar. Seja em venda direta, ou em mecanismo de solidariedade, o clube do Morumbi deverá embolsar algo próximo de R$ 200 milhões (a depender da forma de pagamento e da cotação das moedas usadas nas negociações). A estratégia da diretoria foi traçada para que o clube, enfim, consiga ter mais fôlego financeiro na temporada de 2023. E assim ajudar a sanar algumas das dívidas mais importantes.

A prioridade é quitar o débito com o elenco tricolor. Há 11 dias, o São Paulo admitiu em nota ao UOL Esporte que há pendências com o grupo, como luvas e acordo da pandemia, e informou que os atrasos não superam dois meses de direito de imagem com os jogadores – o direito de imagem pode atingir até 40% dos vencimentos de um jogador.

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Além disso, o Tricolor tem sofrido com alguns acordos judiciais, na esfera cível e trabalhista. Casos como o de Daniel Alves. Em setembro do ano passado, as partes acertaram a rescisão do vínculo. O Tricolor se comprometeu a pagar R$ 24 milhões ao lateral, parcelado em cinco anos. O São Paulo tem de quitar também suas dívidas com alguns dos jogadores da época do tricampeonato. Richarlyson tem R$ 9,7 milhões a receber. Borges, Hugo e Bosco também ganharam na Justiça Trabalhista o direito de serem reembolsados pelo clube do Morumbi.

Outro problema são os débitos com empresários. Em maio deste ano, o clube pôs fim a uma briga com o agente André Cury, que cobrava mais de R$ 40 milhões em duas ações judiciais. Para o São Paulo, é de suma importância honrar os acordos na Justiça para evitar sofrer execuções e eventuais bloqueios em seus ativos financeiros. Como o São Paulo turbinou seus ganhos A maior venda direta efetuada pelo São Paulo neste ano foi a de Gabriel Sara. O jogador foi transferido para o Norwich, da segunda divisão da Inglaterra, que pagou 9,5 milhões de libras (R$ 56,5 milhões).

Depois dele, o clube lucrou com a saída de Emiliano Rigoni, que rumou para o Austin, dos Estados Unidos. O clube americano desembolsou US$ 4 milhões para contratar o argentino. Um garoto das categorias de base que gerou uma boa grana para o Tricolor foi Marquinhos. Com contrato perto do fim, o que lhe daria a possibilidade de sair de graça do São Paulo em poucos meses, Marquinhos se transferiu para o Arsenal, da Inglaterra. Por essa transação, o São Paulo tem direito a 3,5 milhões de euros (R$ 17,6 milhões).

Cláusulas fazem São Paulo superar meta A previsão orçamentária do São Paulo para 2022 era arrecadar R$ 142 milhões em transferência de atletas neste ano. As vendas de jogadores são essenciais para que o clube diminua sua dívida de R$ 642 milhões. Mas mesmo com as saídas de Sara, Rigoni e Marquinhos, o clube ainda precisava de pelo menos mais uma grande venda para bater a meta estipulada em seu orçamento. A transferência de David Neres do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, para o Benfica, de Portugal, ajudou. Como clube formador, o Tricolor tem direito a 3% de mecanismo de solidariedade de Neres, e recebeu R$ 2,3 milhões. Mas ainda não era o suficiente.

O clube então esperava que outro jogador formado em Cotia pudesse ajudar a engordar os cofres tricolores. Foi a transferência de Antony do Ajax, da Holanda, para o Manchester United, da Inglaterra, que mais rendeu grana para o Tricolor. Por causa de uma cláusula de mais-valia, o São Paulo ficou com 20% da diferença entre o que o Ajax pagou ao clube paulista e o que o United pagou para o Ajax. Além disso, o São Paulo também tem direito a 3,5% do mecanismo de solidariedade do jogador. Assim, somadas as duas receitas, Antony vai gerar nesta transferência aproximadamente R$ 100 milhões ao seu antigo clube.

Segundo o contrato de venda de Antony para o Ajax, em 2020, ao qual o UOL Esporte teve acesso, “o Ajax deve revelar ao SPFC, imediatamente após a solicitação, as informações relacionadas com a transferência futura que são relevantes para o cálculo e verificação da taxa de transferência contingente a pagar ao SPFC”.

Só que o pagamento ao São Paulo dependerá do modelo de negócios acertado entre Manchester United e o clube holandês. “O Ajax deverá pagar a taxa de transferência contingente para o SPFC dentro de 15 dias após o recebimento da compensação por transferência futura pelo Ajax. Se a compensação de transferência futura for paga em parcelas, estes pagamentos da taxa de transferência contingente para o SPFC seguirão o mesmo calendário proporcional pro rata.”

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