GazetaEsportiva
Marcelo Baseggio
O técnico Rogério Ceni vinha lidando com uma forte pressão nas últimas semanas. Parte da torcida já estava convencida de que o treinador era o grande problema do São Paulo, que amargava uma sequência de seis jogos sem vencer, incluindo quatro derrotas. Mas, nesta quinta-feira, o comandante tricolor deixou claro para quem ainda tinha dúvidas de que ele é o cara certo para reconduzir o clube rumo às glórias.
O São Paulo entrou em campo precisando reverter uma vantagem de dois gols de diferença do Atlético-GO, que venceu o jogo de ida da semifinal, no Serra Dourada, por 3 a 1. Mais de 53 mil torcedores compareceram ao Morumbi para apoiar o time, mesmo sob desconfiança, e viram os comandados de Rogério Ceni esbanjarem raça e determinação para saírem de campo classificados.
Graças a Patrick, que marcou os dois gols no tempo regulamentar, o São Paulo venceu o Atlético-GO por 2 a 0, resultado que era necessário para levar a decisão para os pênaltis. Na marca da cal, o Tricolor levou a melhor por 4 a 2, colocando o Morumbi abaixo e fazendo lembrar as tradicionais noites de Libertadores no estádio tricolor.
Taticamente o São Paulo foi perfeito. Felipe Alves praticamente não trabalhou ao longo dos 90 minutos. No ataque, o time conseguiu agredir o Atlético-GO tanto pela esquerda, com Reinaldo e Patrick, quanto pela direita, com Igor Vinícius e Alisson.
Nem mesmo a substituição precoce de Gabriel Neves, que sentiu o joelho direito ainda no primeiro tempo, tirou o São Paulo do curso. Pablo Maia entrou na vaga do uruguaio e cumpriu à risca o papel determinado por Rogério Ceni.
Os donos da casa poderiam ter evitado a disputa de pênaltis pela quantidade de chances de gol criadas ao longo dos 90 minutos. Assim como aconteceu contra Fortaleza, pelo Brasileirão, e Flamengo, pela Copa do Brasil, o São Paulo deu bastante trabalho para a defesa rival, mas, desta vez, conseguiu converter essa superioridade em gols, diferentemente dos últimos jogos.
Infelizmente, o resultadismo é o pilar da cultura do futebol brasileiro. Embora Rogério Ceni já tenha provado diversas vezes que seu trabalho é muito bom, a falta de vitórias vinha pesando para um julgamento equivocado de boa parte da torcida são-paulina.
Mesmo com todas as dificuldades que o clube atravessa, Rogério Ceni levou o São Paulo à final do Campeonato Paulista, à final da Copa Sul-Americana e à semifinal da Copa do Brasil. Não há dúvidas que o Tricolor, hoje, é extremamente competitivo e capaz de resgatar a tradição de conquistas do clube.
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