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Eduardo Rodrigues
“Pra mim, seria o maior presente”, diz o treinador, que era o goleiro do time que conquistou a última taça internacional do Tricolor, em 2012.
O técnico Rogério Ceni manteve aberta a escalação do São Paulo para a final da Copa Sul-Americana, contra o Independiente del Valle, sábado, às 17h, em Córdoba, na Argentina. A dúvida está na lateral direita, entre Rafinha e Igor Vinicius.
– Não definimos nem os outros. O Rafinha entrou nessa partida que era para o Igor começar, contra o Avaí, porque eu achava que seríamos predominantes no jogo. O Rafinha tem uma construção melhor de jogo, marcação boa em última linha. Não tem a velocidade e o apoio que o Igor traz. Os dois treinaram hoje, fizemos rotação de 15 jogadores na equipe principal. Fizemos experimentos, mas não tem muito do que vai sair do padrão dos últimos jogos – afirmou Ceni, na chegada da delegação ao hotel.
Ceni fala sobre dúvida na escalação e diz que título mudaria história do São Paulo
O treinador disse ainda que a chegada do São Paulo à decisão foi atípica por conta da crise financeira que o clube atravessa nos últimos anos. Ele fez questão de destacar a importância que a conquista tem para o Tricolor.
– Quando chega a uma final, não vejo como pressão. Vejo como oportunidade e mérito. Se chegou até aqui é porque tem condições. Vamos enfrentar uma equipe altamente técnica, de muito boa construção de jogo. Tem muitas virtudes e alguns defeitos. Vamos tentar neutralizar a maioria das coisas boas. É uma equipe muito bem treinada, apesar de treinadores diferentes. Mas com processo de jogo parecido há anos, acho que isso resulta em chegar mais longe do que o próprio São Paulo em competições.
– Eu sei o quanto é importante. Não significa que vamos estar em finais em sequência. Essa final foi até atípica, inesperada, mas mudaria bastante a história do clube. Há dez anos não chegava a final de torneio importante, a gente quer desfrutar ao máximo. Não vejo pressão, juro mesmo. Vejo como uma grande oportunidade de trazer o São Paulo campeão novamente.
O ge vai mostrar ao vivo uma parte do treino desta quinta a partir das 15h.
Rogério Ceni tira foto com torcedores do São Paulo em Córdoba — Foto: Divulgação/São Paulo
O técnico do São Paulo disse que os jogadores já estão sendo abastecidos com informações do rival. Ele se mostrou preocupado com o estilo de jogo do Independiente del Valle.
– Hoje já tentamos passar algumas coisas, amanhã mais vídeos sobre sistema defensivo, ofensivo. Estamos tentando levar o maior número de informações para que eles estejam bem conscientes do time que vão enfrentar, principalmente do sistema de construção de jogo, que te atrai muito. Se não estiver muito concentrado, acaba sofrendo transições. E isso vamos tentar evitar.
Veja outras respostas de Rogério Ceni:
Clima para a final
– Todo mundo bem. O torcedor esteve no CT, pôde se despedir da equipe. Aqui também uma recepção calorosa, apesar de toda a dificuldade. Esperamos boa parte de são-paulinos no estádio. Fizemos um treinamento voltado mais para a parte defensiva. Amanhã, tentamos uma coisa mais ofensiva, a parte de criação e os ajustes finais na sexta-feira para ir ao jogo de sábado.
Veja a chegada dos jogadores do São Paulo ao hotel em Córdoba
Imaginou que o São Paulo chegaria a uma final internacional só dez anos depois?
– Não. Pela lógica da história, deveria chegar a muito mais disputas, não só de Sul-Americana, mas também de Libertadores e até mesmo de Brasileiro. Uma história que vocês já conhecem os motivos. Mostra que nenhum clube pode estar desatento. Flamengo chegando, Palmeiras chegando… O futebol é cíclico no Brasil. Por mais que se imagine que aquele time vai se manter no topo, a concorrência é muito grande. Os imprevistos, administrações mudam, e você tem um ciclo vitorioso a cada dois ou três anos, cinco anos. Infelizmente, o São Paulo demora tanto tempo. Espero que chegue e consiga vencer.
É uma volta no tempo?
– Estava lembrando de uma viagem para Loja (no Equador), na última vez que fomos campeões, em 2012. Demorou 21h. O rapaz perguntou se Loja era no Japão. Eu disse que não, era na América do Sul mesmo (risos). O que é de diferente é que hoje você tem que se preocupar de uma maneira geral. Naquela época, eu só me preocupava em defender a bola e treinar falta. Te garanto que era muito mais fácil ser goleiro do que treinador.
Apoio da torcida
– Lógico que a gente valoriza todo torcedor. Não são todos que podem estar aqui, mas é isso que move o futebol. Sei que vem gente de carro, de ônibus, carona, avião, cada um dentro de suas possibilidades. O que a gente espera é dar um pouco de alegria para um torcedor que vem sofrendo nos últimos anos. Pra mim, seria o maior presente. Como atleta, a história que tive aqui dentro… Como treinador poder repetir isso seria diferente de outros lugares que sempre com muito profissionalismo me dediquei. Mas teria uma importância e uma relevância diferente para mim. Uma pena que não deu para combinar com o Del Valle (risos). Então, vamos ter que disputar os 90 (minutos) ou 90 mais 30, pênaltis.. O que seja. A disputa vai ter que existir.
Torcedores do São Paulo aguardam elenco em Córdoba — Foto: Eduardo Rodrigues
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