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Rafael Reis
Dez anos depois de conquistar seu primeiro título da Copa Sul-Americana, o São Paulo volta amanhã a disputar uma final da segunda competição interclubes mais importante do continente, contra o Independiente del Valle (EQU), em Córdoba (ARG). Assim como aconteceu em 2012, a equipe brasileira espera sair de campo com o troféu nos braços. Mas ao contrário da última vez, deseja que a final tenha pelo menos os 90 minutos regulamentares de futebol.
É que, na última (e única) oportunidade em que o time tricolor esteve em uma decisão da Sul-Americana, o título veio graças a um W.O. (abandono de jogo), determinado pelo árbitro Enrique Osses depois que o Tigre (ARG) se recusou a voltar do intervalo para a disputa do segundo tempo no estádio do Morumbi.
É verdade que o São Paulo já estava com a vitória e o título bem encaminhados quando tudo aconteceu. O time, que tinha como estrelas o goleiro Rogério Ceni (agora técnico da equipe) e o atacante Lucas Moura (hoje no Tottenham), havia empatado por 0 a 0 na Argentina e já vencia em casa por 2 a 0.
A confusão que deixou a final pela metade começou no finalzinho do primeiro tempo. Aos 39 minutos, o lateral esquerdo Lucas Orbán acertou uma cotovelada em Lucas Moura, que ficou com o nariz sangrando. Apesar da agressão, o argentino não recebeu nem cartão amarelo.
Assim que o árbitro apitou o encerramento da etapa inicial, o jogador do São Paulo foi até seu agressor e lhe ofereceu o chumaço de algodão que estava sendo utilizado para estancar o sangramento. Foi o suficiente para que cenas lamentáveis tomassem conta do Morumbi. Jogadores dos dois clubes trocaram ofensas e agressões. O são-paulino Paulo Miranda e o volante Gastón Díaz, do Tigres, foram expulsos. Seguranças do clube brasileiro e policiais também participaram da confusão.
O confronto continuou no subsolo do Morumbi. Integrantes da delegação argentina tentaram invadir o vestiário adversário. Impedidos pelas forças de segurança presentes no estádio, entraram em conflito com a PM. Em entrevista à ESPN Argentina, o então técnico do Tigre, Néstor Gorosito, afirmou que policiais brasileiros ameaçaram seus jogadores com armas de fogo e que, por isso, não havia clima para a partida continuar. O São Paulo voltou normalmente do intervalo e ficou durante 30 minutos esperando em vão o retorno do rival. Como ele não aconteceu, o árbitro declarou a equipe brasileira vencedora da partida, e, consequentemente campeã do torneio continental.
Depois do título de 2012, o clube do Morumbi teve poucas campanhas de destaque no cenário internacional. Em 2013 e 2014, chegou novamente às semifinais da Sul-Americana. Em 2016, ficou entre os quatro melhores da Copa Libertadores da América. E nada mais. O único troféu levantado desde então foi o do Campeonato Paulista do ano passado. Nesta temporada, a equipe tricolor foi vice-campeã estadual, semifinalista da Copa do Brasil e ocupa uma modesta 12ª colocação no Brasileiro.
Com 37 pontos, o time de Rogério Ceni tem sete de vantagem para o Cuiabá, primeiro da zona de rebaixamento, e ainda não está completamente livre do risco de descenso. Seu próximo jogo válido pela competição nacional será contra o América-MG (8º), quinta-feira, em Belo Horizonte.
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