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Bruno Rodrigues
Calleri foi campeão no estádio Mario Kempes, onde Bustos marcou seus primeiros gols como profissional; Galoppo tem história familiar no local da decisão da Sul-Americana.
Em julho de 2016, na sua primeira passagem pelo Morumbi, Calleri viu seu período de empréstimo no São Paulo terminar de maneira agridoce. Se por um lado deixou o clube adorado pelos torcedores, por outro não conseguiu conquistar títulos nos seis meses em que atuou com a camisa são-paulina.
Quando retornou no ano passado, o argentino sabia que essa era uma conta pendente.
E no próximo sábado, em Córdoba, a partir das 17h, ele terá a oportunidade de levantar sua primeira taça pelo Tricolor na final da Copa Sul-Americana, contra o Independiente Del Valle, do Equador, e colocar o seu nome definitivamente na história.
Disputar uma decisão no estádio Mario Alberto Kempes não será novidade para o atacante, que carrega boas lembranças do local. Assim como seu companheiro Nahuel Bustos, que deu os primeiros passos no futebol profissional e marcou seus primeiros gols justamente no gramado em que o São Paulo disputará a decisão continental.
Autor do gol que colocou o São Paulo na final, anotado na disputa por pênaltis diante do Atlético-GO, o também argentino Giuliano Galoppo é outro que tem uma boa história de Córdoba para contar, ainda que não tenha sido vivida por ele, mas por seu pai, que foi jogador e campeão no estádio.
Eduardo Rodrigues mostra o estádio Mario Kempes, em Córdoba, da final da Sul-Americana
Calleri: campeão com o Boca em Córdoba
Poucos meses antes de chegar ao São Paulo para a sua primeira passagem, Calleri levantou dois troféus pelo Boca Juniors em menos de uma semana: o Campeonato Argentino, no dia 1º novembro de 2015, e a Copa Argentina, apenas três dias depois.
Na decisão da Copa, disputada no Mario Alberto Kempes, em Córdoba, o Boca enfrentou o Rosario Central treinado por Eduardo Coudet. O atual camisa 9 são-paulino foi titular no comando de ataque ao lado de Carlos Tévez na vitória por 2 a 0, gols de Nicolás Lodeiro e Andrés Chávez (ex-São Paulo).
Calleri em ação pelo Boca Juniors na final da Copa Argentina de 2015 — Foto: Santiago Flaim/Getty Images
Chávez havia entrado justamente no lugar de Calleri, aos 37 minutos do segundo tempo, e fechou o triunfo que garantiu aos comandados de Rodolfo Arruabarrena o título da competição.
Em quatro partidas disputadas no estádio ao longo da carreira, todas pelo Boca, Jonathan Calleri venceu as quatro. Mas ainda persegue o seu primeiro gol no Mario Alberto Kempes.
Bustos: primeiros passos aconteceram no estádio
Revelado pelo Talleres, de Córdoba, Nahuel Bustos praticamente nasceu para o futebol no estádio do confronto de sábado. Foi lá que o atacante fez a sua estreia como jogador profissional, no dia 24 de abril de 2017, ao entrar no lugar de Jonathan Méndez na vitória da equipe cordobesa por 1 a 0 sobre o Godoy Cruz.
No estádio, Bustos também marcou o primeiro gol da carreira. Ele inaugurou o seu registro goleador no empate por 1 a 1 com o Vélez Sarsfield em setembro de 2018, sob o comando de Juan Pablo Vojvoda, atual técnico do Fortaleza.
Semanas depois do gol diante do Vélez, marcou dois de seus gols mais importantes com a camisa do Talleres, ambos no triunfo por 3 a 0 contra o Belgrano, no clássico de Córdoba, disputado no palco da decisão da Sul-Americana deste ano. Um local especial para o atacante.
Nahuel Bustos com a camisa do Talleres, de Córdoba — Foto: Reprodução/Instagram
Bustos, que chegou ao São Paulo por empréstimo em agosto, tem ganhado mais minutos recentemente com Rogério Ceni e marcou o seu primeiro gol pelo clube na vitória por 2 a 0 sobre o Ceará, pelo Campeonato Brasileiro.
Galoppo: pai se sagrou campeão no Mario Alberto Kempes
Autor do gol (na disputa de pênaltis) que colocou o São Paulo na final, Giuliano Galoppo cresceu acompanhando a carreira do pai, Marcelino, e ouvindo a respeito de suas histórias no futebol. Uma delas, de sucesso, foi vivida no estádio Mario Alberto Kempes.
Revelado no fim da década de 1980 pelo Racing de Córdoba e com passagens por seleções argentinas de base, o zagueiro Marcelino Galoppo chegou ao Talleres em 1997. No ano seguinte, participaria de um dos momentos mais especiais da história do clube.
Os rivais Talleres e Belgrano se enfrentaram naquele ano na decisão da B Nacional, a segunda divisão do país, no que ficou conhecida como a “Final do Século” para o futebol de Córdoba. No primeiro jogo, o Talleres comandado por Ricardo Gareca venceu por 1 a 0, mas Marcelino Galoppo acabou sendo expulso.
Giuliano e Marcelino Galoppo em vídeo produzido pelo São Paulo — Foto: Reprodução
Na partida de volta, também disputada no Mario Alberto Kempes, o Belgrano bateu o rival por 2 a 1, resultado que forçou a disputa por pênaltis. Nas penalidades, brilhou a estrela do goleiro Mario Cuenca, que ajudou o Talleres a conquistar o título.
Marcelino Galoppo não atuou em razão do cartão vermelho na ida, porém pôde participar da volta olímpica que coroou a campanha de acesso à primeira divisão. Desfecho que o filho, Giuliano, certamente irá querer repetir em Córdoba –e sem o cartão vermelho, se possível.
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