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O São Paulo terminou o clássico diante do Palmeiras atuando com dois jogadores a menos e segurou o empate em 0 a 0 mesmo com um pênalti a favor do rival, mas o técnico Rogério Ceni esfriou o ânimo do torcedor pela postura na entrevista coletiva, na visão de Arnaldo Ribeiro, que cobra a necessidade de o comando do time superar a perda da Sul-Americana para não ficar pelo caminho na briga por uma vaga na próxima Libertadores. No Posse de Bola #272, ao lado de Eduardo Tironi, Juca Kfouri e Mauro Cezar Pereira, Arnaldo afirma que o São Paulo teve lições na partida contra o Palmeiras, mas o treinador precisa lidar com a temporada sem conquistas e mirar na reta final do Campeonato Brasileiro, pontuando que o ‘luto’ pela perda da Sul-Americana também baixa o estímulo do torcedor para empurrar o time.
“Não adianta viver eternamente o luto, eu falo muito, o que adianta? Você tem que reagir em qualquer circunstância da vida e o São Paulo reagiu enquanto time, mas enquanto comando não reagiu à perda do título da Sul-Americana em Córdoba. A entrevista do Rogério era de novo em um clima de velório. O time tinha conseguido suportar, tinha conseguido um ponto que, além de ser um ponto na tabela que pode ser importante, a forma pela qual o time resistiu é um alento para esse final de temporada. Mas o Rogério não saiu do luto da Sul-Americana ainda”, diz Arnaldo.
“O São Paulo precisa sair do luto, chega, troca de roupa. Não é possível, porque isso contamina o estímulo do torcedor. O torcedor do São Paulo teve um motivo para tomar uma cervejinha no domingo à noite, aí o Rogério falou, o cara jogou a cerveja no ralo. Qual é o recado pro torcedor que pensa em ir na quinta-feira contra o Coritiba?”, completa.
Outro ponto que incomodou Arnaldo Ribeiro na postura de Rogério Ceni depois do clássico diante do Palmeiras foi ao citar a falta de um título na temporada como uma frustração em sua carreira de treinador. O jornalista afirma que para o torcedor o que importa é o coletivo, o time e não as frustrações pessoais do ídolo tricolor.
“Ele falou uma frase ontem, aquelas que passaram à margem na coletiva que foi ‘eu nunca fiquei um ano como treinador sem ganhar um título’. Rogério, com todo respeito, dane-se você. O que importa é o clube que você dirige. Se você reparar nessa frase, o São Paulo ano passado com o Crespo em seis meses conseguiu um título, então o São Paulo ano passado com outro comando conseguiu uma taça, não sei se o Rogério está pensando mais na frustração pessoal ou na frustração do clube que ele defendeu tanto tempo”.
O Palmeiras atuou contra o São Paulo com casa cheia e superioridade numérica durante todo o segundo tempo, mas não conseguiu vencer o rival em uma tarde que teve até pênalti perdido por Gustavo Scarpa, ficando em mais um empate. Para Mauro Cezar, embora o time seja competitivo, o Palmeiras de Abel Ferreira não consegue ser brilhante.
“Eu vejo o Palmeiras como um time muito competitivo, mas não é um time brilhante, não é um time de um repertório brilhante, de um futebol envolvente e que mostre enorme talento, habilidade para sair de jogos difíceis, é técnico, jogadas bem ensaiadas pelo seu treinador, sem dúvida alguma, nas bolas paradas, uma eficiência muito grande. O Palmeiras para mim é um time mais técnico do que de habilidade e às vezes é preciso alguém que resolva o jogo, ontem era o jogo para esse cara resolver e esse cara não estava em campo”.
Para Juca Kfouri, o empate na situação em que o São Paulo esteve em campo é um alento para o torcedor depois de uma temporada com frustrações como a perda do título paulista para o próprio Palmeiras, como a perda da Copa Sul-Americana. Ele afirma que o resultado teve gosto de vitória ao considerar que o time de Rogério Ceni terminou o jogo com dois jogadores a menos.
“O São Paulo saiu revigorado. Se a gente tiver que lembrar os pontos altos do São Paulo na temporada de 2022, ambos terão acontecido na casa verde contra o Palmeiras, tanto na Copa do Brasil como no segundo turno do Campeonato Brasileiro. Foi uma atuação dessas de lavar a alma do torcedor são-paulino e foi um jogo bom de ver, não foi um 0 a 0 modorrento, ao contrário, o tempo todo com a sensação de que o gol poderia acontecer. O balanço desse jogo foi um 0 a 0 com um gosto de 2 a 0 para o São Paulo, porque com nove jogadores”.
Flamengo e Corinthians decidem na quarta-feira o título da Copa do Brasil no Maracanã depois do empate em 0 a 0 na Neo Química Arena. Para Arnaldo Ribeiro, a mudança do Flamengo com Vidal no meio de campo no lugar de João Gomes deve levar o Flamengo e tentar definir logo a partida, enquanto o time de Vítor Pereira pode ficar esperando para levar a disputa aos pênaltis.
“Eu imagino que o Flamengo pelas características até do Vidal tente, e por ambiente, por estar em casa, tente resolver mais rápido o jogo. Acho que o Corinthians tem que protelar o jogo ao máximo e estou muito curioso para saber o que o Vítor Pereira fará. Acho que o Corinthians vai ficar protelando, tentando levar para os pênaltis, ou explorar um cansaço natural do time do Flamengo”.
O Corinthians teve o jogo com o Goiás adiado no Campeonato Brasileiro devido a uma disputa judicial, com liminar que impedia a presença de corintianos em Goiânia. Mauro Cezar Pereira questiona se o presidente Duilio Monteiro Alves vai lutar também para que os jogos contra os rivais paulistas deixem de ter torcida única.
“Não vai faltar oportunidade para o presidente do Corinthians lutar contra a torcida única, vamos ver se ele vai fazer isso. Tenho certeza que homem coerente que é, ele o fará, vai brigar contra a torcida única e vai ser aplaudido aqui se bem-sucedido nesta luta contra essa aberração que é a torcida única, não dá para brigar uma vez ou outra, uma hora briga, outra não briga, aí vai ficar feio, mas eu tenho certeza que ele vai lutar contra a torcida única a partir do ano que vem”.
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