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Diego Silva Garcia
Antônio Carlos Zago, ex-zagueiro com passagens vitoriosas por Palmeiras, São Paulo, Corinthians, Santos, Roma e seleção brasileira, soma aproximadamente R$ 40 milhões em dívidas após problemas judiciais. No último mês de agosto, o juiz Sérgio Moraes, da 5ª Vara Cível de Presidente Prudente, determinou a penhora de 20% de seu salário no Bolívar, clube em que é treinador atualmente e onde acabou de se sagrar campeão boliviano.
O processo em questão discute uma cobrança da Sicoob Credivale (Cooperativa de Crédito de Livre Admissão do Vale do Paranapanema) referente a um empréstimo de R$ 2 milhões em nome do ex-jogador, feito em 2014. Atualmente, o valor atualizado da dívida é R$ 10,4 milhões. À Justiça, Zago diz que seu ex-procurador, João Assef, então, teria descumprido um acordo que gerou a dívida.
Em outro processo, Assef cobra, desde 2018, R$ 6 milhões (R$ 13 milhões em valores atualizados) por uma dívida feita pelo ex-zagueiro relativa à compra de um imóvel. Pelo débito, o técnico já teve penhorado um terreno em seu nome, que vale R$ 19 milhões, na cidade de Presidente Prudente.
Nos processos, Zago alega que contratou Assef para gerir seus bens e dívidas, mas o procurador efetivou transferências ilícitas de imóveis, assinou contratos de confissão de dívidas e hipotecou bens sem qualquer justificativa. Diz que assinou documentos sem ler pois confiava no amigo. Em julho deste ano, a Justiça rejeitou os argumentos. Zago apresentou uma testemunha para corroborar sua versão, mas o juiz classificou o depoimento como suspeito e não o considerou em sua decisão. Outras testemunhas corroboraram a versão do procurador. O juiz ainda apontou a existência de comprovantes de transferências bancárias que comprovam a existência de uma dívida.
Zago entrou com recursos de apelação para reverter a decisão da Justiça. Em outra ação, o advogado Felipe Gava cobra R$ 4 milhões por negócio de 2015. O valor atualizado passa de R$ 11 milhões. A Justiça determinou penhora em contas bancárias do ex-jogador, mas não obteve sucesso por encontrar valores pequenos. Existem outros processos em andamento, que somam pelo menos R$ 6 milhões em dívidas. Por conta do excesso de cobranças e decisões contrárias, o ex-zagueiro já teve penhoradas contas bancárias, terrenos e outros bens, como móveis, troféus, camisas autografadas e coleções pessoais. Em uma das ações, Zago perdeu uma moto da marca Harley-Davidson.
Murilo Ramalho, advogado de Zago, disse à coluna que “as ações foram manobras perpetradas por Assef para fraudar credores do Zago. Ele simulou as escrituras de confissão de dívida com garantia hipotecária para impedir que os reais credores avançassem sobre o imóvel de Zago”. “Devido à quebra de confiança no procurador, ele foi destituído do cargo e agora executa essas escrituras, assim como Felipe Gava (um laranja utilizado por João Carlos Assef). As dívidas são simulações para blindar patrimônio, realizadas pelo ex-administrador e procurador João Carlos Assef”, acrescentou.
Sobre a dívida da Credivale, Ramalho diz que Assef assumiu em contrato a obrigação de pagamento e não o fez. “Antonio Carlos Zago, inclusive, move uma ação visando obrigar o antigo procurador a saldar a citada dívida”. Matheus Ramsdorf, do escritório Leonino Costa Filho Advogados e advogado de João Assef, rebateu as declarações.
“Nos processos citados, toda prova produzida vem demonstrando somente as falácias apresentadas por Zago, que são sempre as mesmas, ou seja, ora se apresentando como vítima, ora como fantoche dos outros. O perfil de devedor contumaz dele é facilmente constatado através de simples pesquisa no site do Tribunal de Justiça de São Paulo. Por conta de suas dívidas, ele nunca mais trabalhará no Brasil, sob pena de ter sua remuneração penhorada”, apontou. A coluna não conseguiu contato com Felipe Gava. A matéria será atualizada caso o advogado queira se manifestar.
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