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Danilo Lavieri
Depois de um péssimo fim de semana para São Paulo e Fluminense, muita gente passou a criticar os trabalhos de Rogério Ceni e Fernando Diniz, colocando os dois no mesmo patamar, especialmente por na teoria os dois gostarem de “jogar com a bola”. Mas, analisando friamente, não há comparação: o ex-goleiro faz uma temporada muito pior do que a do ex-atacante por vários motivos.
Para começar, o investimento feito pela equipe do Morumbi é bem maior. Gastando o que não pode enquanto ainda deve para o seu próprio elenco e aumentando a sua dívida, o São Paulo teria condições de apresentar uma temporada bem melhor do que a atual. Apesar de ser bem irresponsável no ponto de vista de administração, olhando para o elenco, o que é mostrado em campo poderia ser melhor.
E aí é até estranho que Rogério Ceni continue pedindo reforços e colocando a sua permanência dependendo da chegada de novos nomes. Como um atleta que conhece tão bem a história e as dificuldades atuais insiste em pedir mais investimentos se até outro dia estava lamentando as dificuldades de gerir um elenco que tem atletas com salários atrasados?
Enquanto isso, do outro lado, Fernando Diniz tem na mão um elenco bem inferior, para treinar em uma estrutura pior e consegue estar bem à frente no Brasileirão. É curioso como no caso do técnico tudo vai do céu ao inferno em poucos segundos. Primeiro, merecia estar na seleção e era o melhor do país. Depois, é xingado e merece ser demitido. Mais uma vez, analisando friamente, a posição do Fluminense na tabela é ótima.
Diniz potencializou o jogo de Manoel, tem Cano como artilheiro do país, Paulo Henrique Ganso sendo elogiado como não era há quase uma década e fez o torcedor sentir saudade até mesmo de Nonato, que até há pouco era dado como um qualquer. Ceni participou de toda a montagem desse elenco e tem mais culpa pelo desequilíbrio do que Diniz, que entrou no meio da temporada para tentar a virada de chave de um time que começou bem o ano no Estadual, mas depois teve a queda de produção.
Olhando para a tabela hoje, é muito provável que o Fluminense consiga uma vaga na Libertadores, ainda mais se o G-6 virar G-8. Não só pela questão de pontos, mas pelo o que consegue mostrar em campo. Enquanto isso, apesar de também ter condições de estar neste grupo olhando apenas para os pontos, é difícil cravar que o São Paulo vai conseguir chegar nessas posições por conta do ambiente no Morumbi.
E aí nada é por acaso. Enquanto o Fluminense tenta arrumar a casa com Mario Bittencourt, colocando as contas em dia mesmo que para isso tenha que abrir mão de seus talentos, o São Paulo vê não só a dívida aumentar, mas também os seus dirigentes com projetos de continuar no poder, mudando o estatuto para que uma reeleição que não era prevista passe a valer.
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