Corneta e resenha: repórter do UOL conta como é pelada com ídolos do SPFC

87

UOL

Gustavo Setti

O CFA de Cotia, centro de treinamento da base do São Paulo, já revelou nomes como Lucas Moura, Casemiro e, mais recentemente, Eder Militão e Antony. Mas no último fim de semana foi a vez de “craques” da imprensa, influenciadores e outros convidados sentirem um pouco do que é jogar em um dos campos do centro de formação de atletas de um dos clubes que mais revela jogadores no Brasil. E o melhor: ao lado de ídolos do time tricolor. Eu fui um dos sortudos. Um evento organizado pelo TNT, um dos patrocinadores do São Paulo, trouxe o ex-lateral esquerdo Júnior, o ex-meia Souza, o ex-atacante Leandro “Guerreiro”, além da ex-atacante da seleção brasileira Roseli de Belo, para a peleja.

Eram dois times, com dois ex-atletas para cada lado. Roseli e Souza no time preto; Júnior e Leandro no time vermelho. Eu era do vermelho. Nunca fui um craque dos gramados, nunca joguei em nenhuma categoria de base e disputei poucas partidas de futebol de campo ao longo da vida (sempre joguei salão e society), mas também não sou um completo perdido com a bola.

Publicidade

Nas raras vezes que joguei no campo, me senti mais à vontade na lateral esquerda, já que sou canhoto e a perna direita não serve para nada. A ideia era jogar nessa posição, mas tinha um porém: a presença de Júnior, penta com a seleção brasileira em 2002 e tricampeão mundial com o São Paulo em 2005. O jogo Na descida do vestiário para o gramado, aproveito para me aproximar. Pergunto se Júnior vai jogar na lateral. A prioridade é dele, claro. Ele diz que não, que vai no meio. “Então vou eu”, respondo, fingindo confiança. Na hora de definir o time, volto a reforçar, e Júnior “me escala” na posição.

Começa o jogo e me sinto meio nervoso. Acerto os primeiros passes, mas depois erro um domínio que sai para a lateral. Primeiras cornetadas do meu time, mas não de Júnior. Me arrisco no ataque, mas não tenho fôlego para voltar quando meu time perde a bola, então resolvo não subir muito. Uma troca de passes com o lateral reserva do penta me traz confiança, mas logo canso e peço para ser substituído. Eram dois tempos de 25 minutos. Saio de campo com o placar empatado. No fim do primeiro tempo, estamos perdendo por 4 a 1, com um show de Souza: dois gols e justificando o motivo de ser chamado de ‘Showza’ por parte da torcida do São Paulo.

Reunião no centro do campo no intervalo: Junior e Leandro pedindo mudanças de postura, e o ex-atacante resolve ir para o banco no início do segundo tempo. Mas logo de cara tomamos o quinto. “Vou ter que voltar”, disse o ex-camisa 9, já incomodado com a goleada. Volto para o campo depois de 10 minutos da etapa final, de novo na lateral-esquerda. Tento cortar um passe do time adversário, mas perco a dividida e levo bronca de Leandro: “Tem que usar o corpo”. O time vermelho melhora e ainda participo do início da jogada do quarto gol do nosso time, um golaço do ex-atacante. Mas não dá tempo do empate: no final, 5 a 4 para os rivais, que nem tiveram Souza, machucado, no segundo tempo.

Fim de jogo e chega a hora da confraternização, um churrasco com uma roda de pagode. Leandro passa por mim e grita: “e aí, meu lateral”. Brinco que levei bronca dele em campo, e ele responde: “pô, mas estava muito mole”. A resenha segue mais tarde com Leandro contando algumas histórias dos tempos de jogador e críticas ao atual momento do São Paulo. Um futuro mais vitorioso pode estar logo ao lado. Ele fala a poucos metros de onde jogadores da base do São Paulo passam para o alojamento em Cotia.

LEIA TAMBÉM: