GloboEsporte
Eduardo Rodrigues
Rotina de incertezas vai virando comum no Tricolor ano após ano; futuro ainda é muito obscuro e sem esperança de dias melhores.
O São Paulo vai encerrando o ano de 2022 de forma melancólica e ainda não sabe qual caminho vai tomar para ter um 2023 diferente.
Essa rotina tem sido comum no clube que há 15 anos podia se orgulhar de ter uma das melhores organizações do futebol brasileiro. A realidade agora é a de terminar toda temporada em um ambiente turbulento e de algumas crises.
A última que estourou no CT da Barra Funda expôs uma insatisfação de parte do elenco com o técnico Rogério Ceni. A discussão entre Ceni e Patrick, nos vestiários do Maracanã, no último sábado, evidenciou um racha por algumas escolhas do treinador.
Melhores momentos: São Paulo 0 x 1 Internacional pela 37ª rodada do Brasileirão 2022
Na última terça-feira, o meia começou a partida contra o Inter na reserva após ter sido titular nos últimos 12 jogos e deixou ainda mais claro como o clima não é nada bom. E ainda piorou depois que o time saiu derrotado para o Internacional e ficou mais longe da vaga na próxima Libertadores.
A série de acontecimentos obrigou o presidente Julio Casares a vir a público para respaldar o técnico Rogério Ceni e afirmar que o planejamento para 2023 já está sendo traçado.
Ceni, por sua vez, confirmou que estará à frente da equipe no ano que vem, mas já deixou claro que fará uma série de exigências para ter um trabalho melhor.
Vai sendo um filme repetido do fim de 2021…
Quem não se lembra do final do ano passado, quando o treinador e o coordenador de futebol, Muricy Ramalho, exigiram melhorias e contratações de peso para continuarem nesta temporada? Pois é… A série vai sendo a mesma, apenas com o corte de alguns episódios.
Rogério Ceni em São Paulo x Inter — Foto: Marcos Ribolli
Desta vez, por exemplo, não teve áudio vazado (ainda). No entanto, teve um pedido público de Rogério Ceni na última entrevista coletiva:
– O que posso dizer é que nos encontramos em situação financeira difícil, mas que pode mudar com a chegada de alguém que pode investir. O Flamengo passou por momento difícil e se reergueu, o São Paulo tem camisa e história para isso, mas vai depender de sacrifícios. O mais importante é jogar aberto com o torcedor. Temos objetivos, mas temos que ser honestos com nós mesmos. A transparência com o torcedor é o mais importante – afirmou.
O clube ainda não sabe qual será a honestidade para o ano que vem. Se será contratar grandes jogadores e gastar aquilo que não tem ou fazer um elenco modesto, para brigar por coisas menores e ajustar as finanças.
Igor Gomes comemora gol do São Paulo contra o Inter; lance foi anulado pelo VAR — Foto: Marcos Ribolli
A falta de rumo nesse sentido mostra a dificuldade pela qual o São Paulo passa. O GPS ainda mostra um clube perdido, por mais que os dirigentes sempre tentem amenizar a situação a cada aparição pública.
Hoje, o clube que um dia foi modelo de gestão convive com salários atrasados, sem saber o que será melhor para a próxima temporada e longe (bem longe) das grandes conquistas. O 2022 termina de forma melancólica, mas o 2023 não parece dar grandes esperanças de dias melhores.
O São Paulo tem que escolher de uma vez por todas qual rota vai tomar para, quem sabe, voltar a dar alegrias novamente ao seu torcedor.
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