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O São Paulo vai continuar pagando o lateral-direito Daniel Alves mensalmente, mesmo após a prisão do jogador na Espanha, onde foi acusado de abuso sexual. A informação foi confirmada pelo mandatário do clube tricolor, Julio Casares, que explicou a obrigação do clube paulista em manter os pagamentos pelo fato do acordo trabalhista ter sido assinado antes da prisão do atleta.
“Estamos fazendo um trabalho de reconstrução, São Paulo se recuperando. Não tem nada a ver porque era uma dívida do passado, não como atividade. Juridicamente não temos como suspender nada. Espero que ele comprove sua inocência na justiça, é ruim no futebol, na sociedade brasileira”.
Daniel Alves está preso provisoriamente acusado de agressão sexual a uma mulher em uma boate de Barcelona no fim do ano passado.
O lateral-direito fatura R$ 472 mil por mês do Tricolor. As prestações pela rescisão contratual serão pagas por cinco anos. O jogador foi anunciado no dia 1º de agosto de 2019 pelo São Paulo. Pouco mais de dois anos depois, em setembro de 2021, as partes anunciaram o distrato. Dois meses depois, ele foi apresentado no Barcelona.
Em maio do ano passado, a relação entre o lateral-direito e o Tricolor sofreu um atrito. Na ocasião, o clube do Morumbi cogitou processar Daniel Alves e romper o acordo estabelecido após declarações do jogador consideradas ofensivas à agremiação.
“Chegou no limite, entendeu? Essa é a real. Cheguei no meu limite. Durante as Olimpíadas comecei a pensar muito se eles estavam me fazendo bem. Quando começa a viver lindos momentos, em lugares diferentes, você começa a comparar a coisa boa, a coisa ruim. A abelha não tem tempo de ensinar para a mosca que mel é melhor do que merda”, disse o lateral a um documentário da Fifa.
Na ocasião, o São Paulo emitiu uma nota onde reiterou que cumpriria o acordo de silêncio feito com seu ex-camisa 10 no distrato. Porém afirmou que ‘ninguém é maior do que o clube’.
Em entrevista ao jornal ‘O Estado de S. Paulo’ na ocasião, Daniel Alves negou que sua intenção fosse a de ofender o Tricolor.
“Nunca quis ser maior que o clube. Quando eu falo do São Paulo, não falo do clube. Falo das pessoas que representam o São Paulo. E isso gera uma confusão. Infelizmente, as pessoas se destacam pelo caos que elas formam e não pelos exemplos que elas são. Assim, gera um pouco de desavença. Ninguém nunca tinha me perguntado qual era o contexto disso. As pessoas estão achando que o São Paulo é a m*rda e o Barcelona é o mel? Não, muito pelo contrário. A mosca nunca vai ser uma instituição. Ela é simplesmente a mosca, uma parte pequena da vida. Se as pessoas quiserem ir para o outro lado, elas vão. O sentido da frase é que não tenho tempo a perder tentando explicar para as pessoas o caminho a seguir”.