São Paulo terá de manter pagamentos a Daniel Alves mesmo após prisão preventiva do lateral

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Acusado de agressão sexual na Espanha, jogador recebe cerca de R$ 400 mil mensais do Tricolor por acordo de rescisão de contrato; clube cogitou ir à Justiça por críticas do lateral

Globo Esporte

O São Paulo seguirá pagando o valor da rescisão de contrato com Daniel Alves mesmo com o jogador preso preventivamente devido a acusações de agressão sexual na Espanha.

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A reportagem do ge apurou que não há embasamento jurídico no acordo de rescisão que respalde o clube de suspender ou até mesmo encerrar os pagamentos.

Daniel Alves deixou o clube do Morumbi em setembro de 2021, após participar dos Jogos Olímpicos de Tóquio. O jogador entrou em um acordo para receber 60 parcelas de pouco mais de R$ 400 mil por mês, totalizando cerca de R$ 24 milhões.

Daniel Alves na passagem pelo São Paulo — Foto: Erico Leonan/saopaulofc

A rescisão veio após um longo desgaste com a atual gestão são-paulina e episódios pontuais, como o ataque ao ônibus do time em 2021.

Em maio do ano passado, o São Paulo reforçou a Daniel Alves a necessidade de cumprimento de uma cláusula que proibia manifestações críticas de ambas as partes e que consta no acordo de rescisão, assinado no ano passado.

Em documentário da Fifa, Daniel Alves comentou sobre o período em que esteve no Morumbi e revoltou a diretoria:

– Chegou no limite, entendeu? Essa é a real. Cheguei no meu limite. Durante as Olimpíadas comecei a pensar muito se eles estavam me fazendo bem. Quando começa a viver lindos momentos, em lugares diferentes, você começa a comparar a coisa boa, a coisa ruim. A abelha não tem tempo de ensinar para a mosca que mel é melhor do que merda – afirmou Dani Alves.

O São Paulo não descartou levar o caso à Justiça caso seu ex-jogador volte a fazer críticas ao clube. Ele nunca mais citou o clube publicamente.

Após uma nova passagem pelo Barcelona e pelo Pumas, do México, o lateral-direito disputou a Copa do Mundo do Catar.

O caso

A juíza Maria Concepción Canton Martín, do Juizado de Instrução 15 de Barcelona, ordenou a prisão preventiva sem fiança de Daniel Alves. O jogador brasileiro foi detido nesta sexta-feira, ao comparecer voluntariamente para depoimento no caso em que é investigado por agressão sexual. O lateral nega todas as acusações.

Segundo a agência AFP, uma fonte próxima ao caso disse que o fato de o jogador não ter raízes no país e não haver acordo de extradição entre Brasil e Espanha, além de sua grande capacidade econômica, foram determinantes para a decisão da juíza.