Balanço do São Paulo: venda de atletas e bilheteria geram receita recorde na temporada 2022

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Clube apresenta resultados do ano passado com superávit após três anos e dívida menor; neste ano, porém, direitos de imagem do elenco estão atrasados, e presidente explica o motivo

O São Paulo alcançou, em 2022, a maior receita de sua história. Impulsionado pela venda de atletas e pelo fim das restrições impostas pela pandemia de Covid, o clube arrecadou R$ 660,5 milhões – 55% a mais do que no ano anterior, que fechou com R$ 425 milhões.

Esse incremento permitiu ao São Paulo fechar o seu balanço no azul após três anos. O clube apresentou superávit de R$ 37,4 milhões. A dívida caiu de R$ 642,4 milhões para R$ 586,5 milhões, se aproximando do patamar de 2020 (R$ 574,9 milhões).

Os números constam em relatório de atividades da diretoria tricolor ao qual o ge teve acesso. O balanço completo será apresentado ao Conselho Deliberativo nessa segunda-feira para votação dos membros.

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O futebol foi responsável por arrecadar R$ 588 milhões. A venda de direitos econômicos de atletas foi a maior fonte: R$ 228,6 milhões, um salto de 88,7% em relação ao ano anterior.

São Paulo apresentou superávit em 2022 — Foto: Marcos Ribolli

Esse número é fortemente impactado pela negociação do atacante Antony, vendido pelo Ajax ao Manchester United no ano passado. O São Paulo tinha direito a uma parte dos lucros dos holandeses no negócio e ficou com cerca de R$ 100 milhões.

– Embora você tenha passivamente um percentual, você pode ser proativo para que isso aconteça, até para ser futuro fornecedor de um time para venda de jogador. É uma dinâmica, pois o São Paulo sempre fica com parcela de direito econômico para compor essa parcela de competitividade – disse ao ge o presidente do São Paulo, Julio Casares.

Outra receita com aumento relevante foi a de bilheteria.

As restrições causadas pela pandemia de Covid-19, que fecharam os estádios quase todo o ano de 2021, praticamente desapareceram na temporada seguinte – alguns poucos jogos do Paulista tiveram capacidade limitada.

Assim, essa receita passou de R$ 8,4 milhões para R$ 64,4 milhões.

Julio Casares, presidente do São Paulo — Foto: Marcos Ribolli

– A torcida está presente, e tivemos uma precificação mais baixa para alguns setores do Morumbi, que é muito grande. Com isso, perco no ticket médio, mas não interessa, quero o torcedor junto, e fato é que acertamos. Fizemos com que o torcedor, até quando não vai (em grande número) ao estádio, ele dá um público importante de 20 mil (pagantes). A maioria (dos jogos) tem correspondido a uma média de 33, 34 mil, número histórico – afirmou Casares.

Em 2022, o São Paulo bateu seu recorde de público no estádio do Morumbi, quando 1,2 milhão de torcedores compraram ingressos para ver jogos no local – a marca anterior, de 1,1 milhão, já durava 42 anos.

– Vou ser sincero. Tem nossa qualidade de trabalho, mas tinha uma demanda represada em todos os níveis. Shows, por exemplo: o cara não saía de casa, e agora sai, começou a sair. O lado da torcida é um componente dessa receita, e é um componente importante.

Ao disputar duas finais (Paulista e Sul-Americana) e uma semifinal (Copa do Brasil), o clube também registrou melhora na arrecadação com direitos de tv e premiações, que foram de R$ 192 milhões para R$ 205 milhões.

– A gente vinha com três dígitos de déficit. Se você conseguisse R$ 1 milhão de superávit já seria uma vitória, então R$ 37 milhões foi algo extraordinário – declarou o presidente tricolor.

Julio Casares, presidente do São Paulo, e o diretor Carlos Belmonte — Foto: Marcos Ribolli

Apesar do cenário de aparente saneamento das contas, o São Paulo atrasou o pagamento dos direitos de imagem de atletas do elenco profissional em dois meses.

Ao ge, Casares justificou a dívida com a queda nas receitas no primeiro trimestre de 2023, quando o São Paulo disputou apenas o Campeonato Paulista (foi eliminado nas quartas de final).

– Resultado financeiro é diferente de fluxo de caixa. O futebol é sazonal. Isso impacta bilheteria, impacta prêmio, uma série de coisas. Não é correto atrasar, mas está dentro de um desalinhamento sazonal do futebol. Tendo de volta três competições, você começa a ter de novo cota de prêmio, cota de rodada, cota de televisão, pay per view.

Ele afirmou que há diálogo com o elenco para solucionar a situação, mas não deu prazo para fazer os pagamentos.

– Estamos com tranquilidade com os jogadores, porque estamos fazendo as movimentações possíveis para que esse atraso de dois (meses) vire um (mês) e depois vire zero, mas os jogadores viram que no ano passado quando chegamos em dezembro quitamos tudo com os que ficaram aqui – concluiu o dirigente.

O São Paulo terá calendário mais robusto a partir de abril, quando inicia a disputa das copas Sul-Americanas e do Brasil e do Campeonato Brasileiro.

Globo Esporte

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