Ex-namorada de Pedrinho, do São Paulo, diz que levou socos, puxões de cabelo e foi ameaçada de morte

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ge teve acesso ao Boletim de Ocorrência registrado por Amanda Nunes contra o atacante

GloboEsporte

O ge teve acesso ao Boletim de Ocorrência que Amanda Nunes, ex-namorada do jogador Pedrinho, do São Paulo, registrou contra o atacante por violência doméstica, ameaça, injúria e lesão corporal na última segunda-feira, na 4ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) Norte (alerta: a sequência do texto tem relatos fortes de agressões físicas e sexuais).

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Pedrinho, do São Paulo, durante treino no CT da Barra Funda — Foto: Divulgação

De acordo com o registrado pela polícia, Amanda declarou que no dia da discussão que motivou a denúncia, Pedrinho arremessou o aparelho celular contra ela, atingindo sua coxa direita. Além disso, ela disse que teve a blusa rasgada e suas maquiagens e bolsa jogadas no lixo pelo atacante.

A ex-namorada do jogador do São Paulo relatou também que rompeu o relacionamento e voltou para casa. Mas que, no mesmo dia, por volta das 18h30, Pedrinho a chamou para comer um lanche. Nesse encontro, ela conta que pediu a ele para comprar maquiagens novas.

Depois disso, segundo Amanda registrou no Boletim de Ocorrência, Pedrinho a xingou dizendo que ela “não prestava e que era puta como as amigas, um lixo e tinha que virar prostituta”. Além disso, ela contou que foi ameaçada de morte por ele.

Nessa discussão, Amanda diz que levou socos e tapas no rosto, socos nas costas, puxões de cabelo e que, para se defender, mordeu a perna de Pedrinho. Na sequência, a ex-namorada do atacante diz que ele a levou para o estacionamento de onde mora e pediu para ter uma relação sexual.

No Boletim de Ocorrência, ela afirma que, depois de ter negado, voltou a levar tapas e socos. No documento, a polícia registrou que Amanda estava com sinais visíveis das lesões por ela citada e que foi fotografada para que isso ficasse anexado ao processo.

Depois de conseguir sair do veículo do jogador, Amanda disse que foi seguida por ele. Pedrinho, então, disse que havia ligado para a mãe dela. Ela voltou para o carro e foi deixada em casa por ele.

Na última segunda-feira, Amanda Nunes publicou em suas redes sociais textos em referência a relacionamentos abusivos, que levantaram suspeitas sobre uma possível agressão. Em um deles havia o seguinte recado:

– Espero e desejo que nenhuma mulher permita agressões, seja ela física ou psicológica. Quando se levanta a mão uma vez, pode ser que se levante outras vezes mais. Mulheres, não se calem! Não aceitem isso! Vocês merecem respeito e muito amor. Nem seus pais te betem mais, por que deixar que um miserável te bata? – postou.

Na terça, ela apagou as mensagens em seu Instagram. Ao ter conhecimento do caso, o São Paulo soltou uma nota oficial em que diz “não aceitar qualquer tipo de agressão contra a mulher”. O clube quer resolver o futuro de Pedrinho , que participou normalmente do treino, até domingo.

Até o momento, o jogador não se pronunciou.

O atacante, de 23 anos, chegou ao São Paulo no início do ano, emprestado pelo Lokomotiv, da Rússia. Pelo Tricolor, ele disputou nove partidas e fez três gols. Antes, defendeu Audax-SP, Oeste, Athletico, Bragantino e América-MG.

Utilidade pública

O Ligue 180 é um serviço de utilidade pública essencial para o enfrentamento à violência contra a mulher. Além de receber denúncias de violações contra as mulheres, a central encaminha o conteúdo dos relatos aos órgãos competentes e monitora o andamento dos processos.

O serviço também tem a atribuição de orientar mulheres em situação de violência, direcionando-as para os serviços especializados da rede de atendimento. No Ligue 180, ainda é possível se informar sobre os direitos da mulher, a legislação vigente sobre o tema e a rede de atendimento e acolhimento de mulheres em situação de vulnerabilidade.

Além do número de telefone 180, é possível realizar denúncias de violência contra a mulher pelo aplicativo Direitos Humanos Brasil e na página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), responsável pelo serviço. No site está disponível o atendimento por chat e com acessibilidade para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Também é possível receber atendimento pelo Telegram. Basta acessar o aplicativo, digitar na busca “DireitosHumanosBrasil” e mandar mensagem para a equipe da Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180.