Mauro Cezar Pereira – UOL
O imbróglio envolvendo Rogério Ceni e Marcos Paulo foi gasolina na sempre ardente fogueira são-paulina. A crise deflagrada pela derrota para o Água Santa, nos pênaltis, acabou amplificada por conta da desavença.
Que o técnico tricolor foi mal, é óbvio. Ceni deveria ter acertado os ponteiros com o jogador em particular. O fez diante de todo o grupo, espalhando um constrangimento desnecessário. Isso deu armas a quem deseja vê-lo longe do São Paulo.
“Normalmente fala com todos, em qualquer situação”, disse ao blog uma fonte tricolor, que admite: “Ele é muito bom, sério, estudioso, com ideias excelentes, porém sofre no relacionamento. Vinha melhorando nos últimos 40 dias, após o jogo contra o Santos. É acreditar que é possível sempre melhorar”.
Essa é uma velha característica do treinador, que vira e mexe retorna à pauta. Mas há muita gente esquecendo que o problema começa a partir de uma ação do atleta em sua rede social. Algo desrespeitoso com o clube, que não atingiu apenas o técnico.
Rapidamente vazam versões segundo as quais “os jogadores” (nomes nunca aparecem nessas horas), ou “o grupo” foi à diretoria se queixar de Ceni. Ou não querem se concentrar no CT de Cotia para uma intertemporada, como era comentado.
Que Rogério Ceni não agiu bem é algo quase unânime. Mas algumas perguntas seguem sem respostas. Qual é o papel de Muricy Ramalho no clube ante tamanha crise? E esses jogadores, que nada conquistaram pelo São Paulo, têm direito, merecem fazer escolhas?