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Apesar de declarar publicamente que pediu afastamento temporário de suas atividades no São Paulo, Pedrinho vai continuar recebendo seu salário normalmente nesse período.
Na última sexta (3), o atacante divulgou no Instagram que, alinhado com a diretoria, solicitou o afastamento. O objetivo, segundo o atleta, é priorizar e colaborar com o trabalho das autoridades para esclarecer a acusação de agressão feita por sua ex-namorada, Amanda Nunes, contra ele.
A coluna apurou que o contrato do jogador não foi suspenso, apesar da decisão do atacante. Por isso, a remuneração continuará sendo paga. Além disso, Pedrinho tem treinado no CT da Barra Funda.
A suspensão do compromisso, com o consequente corte salarial, não foi feita em nome de uma alegada questão de segurança jurídica. Prevaleceu o entendimento de que, se isso acontecesse, haveria risco considerável de o atleta acionar o clube na Justiça.
Logo após saber da acusação, o São Paulo distribuiu comunicado no qual dizia que “jamais aceitará qualquer tipo de agressão contra a mulher”. O informe não anunciava punição ao jogador, mas o Tricolor prometia tomar todas as medidas cabíveis depois da apuração do caso.
O tom cauteloso foi adotado para não dar brecha para o jogador ir à Justiça, caso se sentisse prejudicado por alguma medida tomada por seu empregador.
O departamento jurídico são-paulino reforçou internamente na ocasião que Pedrinho enfrentava uma acusação em início de apuração, não uma condenação.
Nesse contexto, o Tricolor ficaria exposto juridicamente se tomasse uma decisão que pudesse ser interpretada pelo atleta como condenação antecipada.
Assim, deixar de pagar o atacante apoiado no pedido que ele mesmo fez de afastamento iria na contramão dos cuidados adotados anteriormente.
Na prática, Pedrinho livrou a diretoria de uma situação incômoda. Nas redes sociais, torcedores criticavam o São Paulo por não afastar o jogador. Por outro lado, afastá-lo poderia gerar o risco de sofrer um contragolpe jurídico do atacante. Por isso, a nota na qual ele assumiu ter pedido o afastamento, resolveu um problema para os dirigentes.
Indagado pela coluna sobre a situação salarial de Pedrinho, o departamento de comunicação do São Paulo afirmou que a posição do clube sobre o caso envolvendo o atleta já foi manifestada em nota oficial.
Violência doméstica – denuncie
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 180 e denuncie. Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares. É possível realizar denúncias pelo número 180 — a Central de Atendimento à Mulher, que funciona em todo o país e no exterior, 24 horas por dia. A ligação é gratuita. O serviço recebe denúncias, dá orientação de especialistas e faz encaminhamento para serviços de proteção e auxílio psicológico. O contato também pode ser feito pelo WhatsApp no número (61) 99656-5008.
A denúncia também pode ser feita pelo Disque 100, que apura violações aos direitos humanos. Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e a página da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH) do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses. Caso esteja se sentindo em risco, a vítima pode solicitar uma medida protetiva de urgência.