Dorival cita legado de Ceni no São Paulo, elogia grupo e promete entrega: “Fazer o meu melhor”

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Novo comandante do Tricolor estreou com vitória no Morumbi e fez questão de pontuar a importância do trabalho de antecessor na construção da equipe

Recém-chegado ao São Paulo, o técnico Dorival Júnior estreou neste sábado em grande estilo ao fazer 3 a 0 no América-MG e garantir a primeira vitória da equipe no Brasileirão. Apesar do resultado, o novo comandante do Tricolor fez questão de falar sobre seu antecessor Rogério Ceni, prometendo manter o legado deixado no clube.

– Muito delicado você falar assumindo a posição do que o Rogério representa. Para mim, até incomoda ter que falar algo a respeito, porque primeiro é uma pessoa que tenho carinho e respeito especial. Toda história dele no São Paulo e coincidências da vida, eu entro no momento em que o Rogério está saindo. Claro que fico feliz por voltar ao São Paulo, mas me coloco no lugar do Rogério, imagino como ele está se sentindo, somos humanos. Ainda mais com tudo que ele deixou, o legado – iniciou o treinador.

Dorival Júnior em São Paulo x América-MG — Foto: Marcos Ribolli

– Vou tentar fazer meu melhor, dando sequência ao que ele estava desenvolvendo, usar bastante o que ele vinha fazendo. Hoje foi uma partida difícil, um resultado talvez não reflita o que foi o jogo. A gente tem que exaltar a equipe, foi uma semana dura, complicada. Você desfoca algumas coisas com o tanto de notícia que sai.

De fato, o São Paulo teve dificuldades contra o América-MG. O time visitante criou pelo menos cinco chances claras de gol ao longo da partida, mas parou no goleiro Rafael, em grande noite. Apesar da pressão adversária, o Tricolor conseguiu se manter firme e, no fim da partida, marcar os gols que decretaram o triunfo em casa.

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Com o resultado, a equipe se afastou do grupo dos últimos colocados, conseguiu seus primeiros pontos na Série A do Brasileirão e, mais do que isso, ganhou tranquilidade para a sequência da temporada.

– Desempenho bem menos, resultado natural. A postura que a equipe teve fez o jogo acontecer. Se não tiver esse extra fatalmente você vai sofrer. Tivemos a postura dentro da condição que tivemos nos 90 minutos. O placar não espelha o que foi o jogo. Estamos felizes com entrega, dedicação, mas incomodado porque precisamos melhorar muito para a sequência – finalizou o novo comandante do São Paulo.

O Tricolor volta a campo na próxima terça-feira, às 21h30 (horário de Brasília), para enfrentar o Ituano no segundo e decisivo jogo da terceira fase da Copa do Brasil.

Na partida de ida, no Morumbi, as equipes empataram sem gols e, portanto, o São Paulo precisa de uma vitória no interior do estado para conquistar a classificação. Qualquer empate leva a decisão do classificado para a decisão por pênaltis.

Veja outros trechos da coletiva de Dorival Júnior:

O que você buscou nessa primeira escalação como técnico do clube?


– A principal carência de uma equipe quando você tenta implantar algumas mudanças, é mudar e coordenar um ataque que, ao final desse ataque, você esteja bem posicionado. Isso talvez seja a maior dificuldade. O Maia, por exemplo, jogou um pouco mais pelo lado direito, fora da função que ele vinha exercendo, que era mais centralizado. Ele vai demorar para adquirir a condição, mas vejo com potencial. Vejo quatro jogadores com muitas características de primeiro homem. Preciso achar um segundo homem para dar sustentação ao Nestor. É primeiro começar jogando com primeiro homem. Até que adapte tudo isso é complicado. Alguns pequenos detalhes. O 4-4-2 já era estabelecido. Alguns ajustes você corre risco. Assim como foi. Foi um resultado de alívio. Não saímos totalmente satisfeitos daqui hoje, ainda tem muita coisa para melhorar.

Sobre a situação do volante Luan

– Não é nenhum desafio, nenhuma situação que gere uma competição de momentos. Eu acho que o Luan é um jogador do clube e ele vai ser aproveitado dentro da necessidade do momento que ele tem. Ele ficou afastado e isso é prejiudicial, por isso que no segundo tempo eu troquei ele. Ele vai entrar em acordo com a diretoria, porque é um jogador que a gente quer ter aqui no clube.

A questão física será um problema no longo prazo?

– Concordo em todos esses pontos, com exceção ao lado físico. Eu acho que a parte física está muito próxima de um encontro de um posicionamento ideal. É natural, porque você vai correr menos, encontrar menos espaço, vai sentir o companheiro mais próximo, qualquer erro vai ter outro para cobrir. O lado físico não mostra a realidade. Um acerto aqui e outro ali. Mudamos a concepção do time. O trabalho foi até uma surpresa, porque fizemos dois gols com roubada de bola. Demonstra que era isso que o São Paulo fazia e é o que vamos continuar fazendo. Melhorando a postura, esse encontro de posição de jogadores. Talvez não tenhamos essa necessidade dos jogadores. Perdemos a combatividade. Colo isso à falta de posicionamento.

Sobre Pablo Maia

– Sei que a função principal dele é um 5 clássico. Temos quatro jogadores para primeiro volante, e eu tenho que ter alguém para jogar aberto. E ele (Maia) vejo que pode jogar ali. O Méndez talvez também. Temos que conhecer mais as características.

Posicionamento da equipe

– Luciano, pelo que vi até hoje e pelo que entendi do que se conversa no clube, ele é basicamente um segundo atacante, onde ele gosta de jogar. O que não quer dizer que ele possa ser meia. Mudança do Pablo foram alguns ajustes e você fica meio deslocado. A mesma coisa é com Luciano. Carece de ajustes. Por isso que às vezes eu ouço “só tem essa maneira de jogar”. Porque não tem como trabalhar com duas, três maneiras de trabalhar. Amanhã eu já tenho que fazer um trabalho de recuperação e trabalhar com os que não jogaram. Na segunda já um time preparatório para terça. Então por isso que quando você acha um time tem que trabalhar com ele de forma maçante. Por isso que quando fala que tem várias maneiras de trabalhar é conversa.

Globo Esporte