Veja como foi a entrevista do técnico do Tricolor após triunfo sobre o Vasco, pelo Brasileirão
Em uma noite movimentada no Morumbi, o São Paulo bateu o Vasco por 4 a 2 e voltou a vencer no Brasileirão após dois empates seguidos pela competição, contra Fortaleza e Corinthians. Com o resultado, o Tricolor se anima e olha para a parte de cima da tabela, com 12 pontos somados em sete jogos. Veja a tabela.
Desde a chegada de Dorival Júnior, o time não sabe o que é perder. Agora, são nove jogos, com cinco vitórias e quatro empates. Após o triunfo mais recente, o treinador exaltou os atletas:
— Acho que nós podemos nos preparar, pois teremos o Brasileiro mais disputado dos últimos anos. Times desgastados. Sexta teve um treinamento curto para estar aqui em campo. Seis mudanças em relação ao time anterior (da vitória sobre o Sport, na Copa do Brasil). Muito difícil equilibrar. A equipe está tentando encontrar um padrão. Estamos mudando e o nível permanece. Sentimos o cansaço hoje, o que é normal. O Vasco teve a semana toda para trabalhar. Só tenho que enaltecer essa garotada, correram como nunca, buscaram o gol a todo instante.
Após abrir 2 a 0 no primeiro tempo, com Calleri e Nestor, o Tricolor levou um susto – ou melhor, dois. Um gol antes do intervalo, de Barros, e outro já na reta final da etapa complementar, de Galarza. Mas aí a equipe de Dorival ressurgiu, e em três minutos fez dois gols, com dois garotos da base garantindo os três pontos: Beraldo e Juan, que saiu do banco. Dorival ainda aumentou os elogios aos garotos:
— Teve um momento que o Vasco prevaleceu. Você tentava acelerar e não achava caminho. Tomamos o empate, mas mantivemos o equilíbrio, a calma e a organização, e fomos buscar os dois gols. Três gols feitos pela base. Em Recife tínhamos 14 jogadores feitos em Cotia. É um número expressivo, um número que mostra o bom trabalho. Temos que ficar satisfeitos. Vamos estar amanhã no aeroporto à meia-noite, para chegar às 15h e jogar na terça-feira (contra o Puerto Cabello, na Venezuela, pela Copa Sul-Americana). Então tem que ter reconhecimento do que eles estão fazendo.
Apesar do bom resultado e da ótima campanha nesse início de trabalho, o treinador também aproveitou para pedir calma:
— Não vou criar ilusão no torcedor que está tudo resolvido. Temos que estar nos mexendo, atentos no mercado. Temos que trabalhar com esse grupo, falando que acreditem, que podem fazer muito mais do que foi feito nesse momento. Não temos vaga assegurada na Sul-Americana, Copa do Brasil ainda não foi decidido e o Brasileirão só na 7ª rodada. É muito pouco. Essa equipe tem que ter mais ambição, se entregar mais, doar mais. A tabela é terrível para todos. O Vasco teve tranquilidade para trabalhar na semana, por isso um movimento mais rápido. A gente chegou sexta no aeroporto (depois de jogo no Recife). Isso desgasta. O Nestor teve um princípio de lesão. Não tem como alterar esse processo todo. Temos que estar fortes. Estou buscando.
Agora, o São Paulo olha para a Copa Sul-Americana, que entra no returno da fase de grupos. No meio de semana, o adversário é o Academia Puerto Cabello, da Venezuela. O Tricolor viaja para jogar às 21h30 (de Brasília) da terça-feira. Depois, volta ao Morumbi para receber o Goiás pela 8ª rodada do Brasileirão.
As outras respostas de Dorival na coletiva:
Saída de Felipe Alves
— O Felipe vai ser respeitado como profissional e com todos que aconteceu. Ele está em um processo de mudança no clube e vamos aguardar para que daqui a pouco ele encontre um novo caminho. Nesse momento ele não estará mais com nosso grupo. A diretoria já se posicionou a respeito e essa informação seja mais divulgada mais pra frente.
Beraldo
— Beraldo é um garoto jovem, vem buscando um equilíbrio, em um processo de evolução, ajustando alguns detalhes, que espero que seja rápido. Tem tudo para ser um dos grandes zagueiros do futebol brasileiro.
Nestor
— Acredito que o Rodrigo é um jogador que se adapta a qualquer função do meio para frente. Com relação a velocidade da equipe, você pode ter uma equipe mais lenta com jogadores velozes. É adaptação e encaixe, treinamentos e ataque à ultima linha adversária. Hoje foram dois gols de contra-ataque. Temos que enaltecer. O passe rápido que tem, você consegue. O Rodrigo vai criando essa couraça, tem 150 jogos com a camisa do São Paulo. É um número considerávavel. Um jogador que tem muito para dar ainda ao São Paulo. Qualquer equipe que eu estivesse, eu indicaria o Nestor. Um jogador que se adapta em várias partes do campo. Quando se encontrar tão decisivo como foi hoje vai ter uma evolução maior. É só colocar na cabeça dele que ele pode. Um jogador que apresenta um potencial de coisas únicas.
Sua chegada e o ano do São Paulo
— Abalo é natural. Quando tem mudança de comando é natural. Se o Rogério chegasse no meu lugar ele trabalharia essa parte. Não temos apenas que conversar com jogadores. Temos que posicionar. Nossos movimentos hoje não eram tão naturais como em Recife. A gente estava em dificuldade. A gente percebe quando existe um descontrole, quando uma equipe joga em uma semana e a outra. Querendo ou não temos para onde correr. Temos que ser leais com nosso público. O campeonato é muito pesado, o nível de investimento de outros é diferente. Mas o São Paulo não vai deixar de brigar. Vamos lutar mais e mais. Não é fácil, mas é um desafio que vamos brigar. Falar com todo mundo lá dentro para conseguir o melhor.
Goleiros
— Prefiro modificar só dentro de uma necessidade, por mais que goste muito do Jandrei. Ele vinha sendo o segundo, a gente alternava. Eu tenho confiança nos goleiros que aqui estão. Temos agora o Rafael, Jandrei, Leandro e Young. Enquanto o Rafael não tiver desgaste, não vou mudar. Confio no Jandrei, foi meu jogador. O Young que vai viajar, porque é o único inscrito. Ele voltou há dez dias, então é muito pouco.
Como melhorar o time
— Acho que problemas todos nós temos e sempre teremos, independente da posição que estejamos. Se eu me prender a todo instante tentar resolver todos os problemas… Eu prefiro pegar em um prisma e corrigindo o que precisa de imediato. Se trabalhasse a bola no fundo, na esquerda, talvez a gente não tomasse o gol que tomamos. Que a gente apresente soluções e não só pontue lados negativos, procuro trabalhar dessa forma, para achar soluções.
Globo Esporte