Dorival explica novo esquema no São Paulo e lamenta oscilação: “Pagamos um preço muito alto”

1188

Treinador escalou o Tricolor com três defensores na partida deste domingo, contra o Grêmio, pela nona rodada do Campeonato Brasileiro, e perdeu de virada

O São Paulo entrou em campo com uma nova formação na derrota por 2 a 1 para o Grêmio, neste domingo, fora de casa, pela nona rodada do Campeonato Brasileiro. Para tentar minimizar a força adversária, o técnico Dorival Júnior escalou o Tricolor com três defensores.

Em entrevista coletiva depois da partida, ele explicou a mudança tática e lamentou os erros que custaram o resultado depois de o Tricolor sair na frente no placar.

– Houve um descontrole em 15, talvez 20 minutos no primeiro tempo e pagamos um preço muito alto. Foi bem quando tomamos a virada. O time sentiu, é natural. Espelhamos a marcação, e o Grêmio se sentia muito confortável aqui dentro. Na maioria das vezes com equipe com duas linhas de quatro, o Grêmio saiu com vitórias, então tentamos criar uma situação espelhando a marcação e o posicionamento.

– Acho que no primeiro tempo jogamos com segurança, tranquilidade, fizemos o gol e não tínhamos jogo para desesperarmos. O Grêmio adiantou a marcação e daria possibilidades de contra-ataques, mas não aconteceu. O Grêmio teve domínio do jogo. Voltamos para o segundo tempo com uma mudança de comportamento. Tivemos meio mais preenchido e nos aproximamos, começamos troca de passes e infiltrações. Tivemos boas oportunidades para empatar, mas não aconteceu – explicou Dorival Júnior.

Publicidade
Dorival Junior em Grêmio x São Paulo — Foto: Maxi Franzoi/AGIF

Como a formação com três zagueiros é nova para este São Paulo, Dorival Júnior admite que ainda há o que ser trabalhado e melhorado para que o esquema seja colocado em prática com mais eficiência nos próximos jogos.

– Não foi ruim. É natural que nós sempre teremos coisas para melhorar, períodos de treinamentos são mínimos, e independentemente disso houve uma pequena alteração no posicionamento de um ou outro jogador. Não vi problema. Tivemos um segundo tempo bom, com os mesmos três zagueiros. Aquele desequilíbrio de 15 ou 20 minutos talvez tenha nos custado os resultados – completou.

A derrota deste domingo foi a segunda seguida do São Paulo de Dorival Júnior – no meio de semana, havia perdido para o Sport, mas avançou nos pênaltis para a próxima fase da Copa do Brasil. O treinador não mostrou tanta preocupação com isso e disse ser normal diante das dificuldades dos campeonatos.

– Será uma disputa árdua, falei quando cheguei aqui. Vai ser um dos mais disputados dos últimos anos, não tenho dúvida que teremos muita dificuldade ao longo da temporada. Não será fácil para ninguém. Nenhuma equipe acabou ultrapassando limites. Está todo mundo embolado. Duas vitórias te colocam em ótima condição, duas derrotas em uma zona intermediária.

O São Paulo entra em campo novamente na quinta-feira para enfrentar o Deportes Tolima pela Sul-Americana, mas já tem o clássico contra o Palmeiras no fim de semana. Apesar da importância do confronto do Brasileirão, Dorival Júnior prefere não pular etapas.

– Decisão é no meio de semana, importância fundamental para a nossa sequência. Eu resguardei um ou outro jogador que tinham cartões. Temos que ter uma equipe forte no fim de semana, mas temos que ter uma equipe forte no meio de semana em uma partida que pode nos dar a classificação e será um jogo decisivo e a possibilidade de uma ida às fases mais importantes da Sul-Americana – explicou.

Ainda na entrevista coletiva deste domingo, Dorival Júnior falou sobre a possível falta de valorização a treinadores brasileiros, algo levantado pelo adversário Renato Gaúcho no meio da semana.

– Não vou levantar hipóteses, mas no Brasil é assim em qualquer área de atuação. (O escritor) Paulo Coelho é outro exemplo claro, é entendido de outra maneira no nosso país. De fora tem valor impressionante, o nativo muitas vezes não. Todos os estrangeiros que vieram estão sendo bem recebidos, mas infelizmente nosso histórico traz N situações.

– Todos estão tendo possibilidades de conhecerem os trabalhos dos brasileiros para poderem avaliar se temos qualidades. Não deixamos a desejar a profissionais de nenhum canto. Recebemos profissionais de todo o mundo no nosso país, então isso deveria ser bem avaliado e repensado. Está na hora de verem que queremos respeito e igualdade. Não existindo igualdade é natural que exista um desencontro muito grande, e a vantagem é de quem vem de fora para dentro – finalizou.

Para avançar de fase na Sul-Americana na quinta-feira, a partir das 19h (de Brasília), o São Paulo precisa vencer o Deportes Tolima, no Morumbi, e torcer por um tropeço do Tigre contra o Puerto Cabello, terça-feira, na Argentina.

Globo Esporte