Novo time de Lionel Messi nos Estados Unidos, o Inter Miami anunciou ontem (28) que o argentino Gerardo “Tata” Martino, de 60 anos, será o seu novo técnico.
Treinador com passagens por Barcelona, Newell’s Old Boys e pelas seleções da Argentina e México, Martino é um velho conhecido do torcedor brasileiro.
Era ele o volante e capitão do Newell’s Old Boys que perdeu a final da Libertadores da América em 1992 para o São Paulo de Raí e Telê Santana.
Enconto épico
O blog “Patadas y Gambetas”, do UOL Esporte, publicou em 2017 uma lista com 25 curiosidades daquele São Paulo x Newell’s. A matéria completa pode ser lida aqui.
Em um Morumbi com 101.185 pagantes, maior público da história da Libertadores, o São Paulo venceu por 1 a 0, gol de Raí, aos 20 minutos do segundo tempo.
Martino, então aos 29 anos, não estava mais em campo. Ele foi substituído no intervalo pelo meia Cristian Domizzi.
Como o jogo de ida havia sido 1 a 0 para o Newell’s em Rosário, o título foi decidido nas cobranças de pênaltis. O São Paulo levou a melhor com o placar final de 3 a 2 e a histórica defesa do goleiro Zetti no chute do zagueiro argentino Fernando Gamboa.
Pelo temperamento de Martino naqueles tempos, poucos diziam que ele se tornaria treinador (e esta será a terceira vez que comanda uma equipe com Messi). Ele brigou com a diretoria do Newell’s e foi repassado ao Lanús em 1994.
Voltou ao Newell’s em 1995 —e voltou a brigar com o clube. Saiu de Rosário naquele mesmo ano, mas passou a batizar uma tribuna do estádio da equipe, que hoje leva o nome de Marcelo Bielsa.
Martino estreou como técnico em 1998 —depois de penar por quase dez anos, assumiu a seleção paraguaia (2007 a 2011), o Newell’s (2012 a 2013), o Barcelona (2013) e a seleção argentina (2014 a 2016).
Suas principais conquistas são um Campeonato Argentino com o Newell’s e uma Supercopa da Espanha com o Barcelona.
Na Copa do Mundo do Qatar, treinou a seleção do México, que foi eliminada ainda na primeira fase. Depois do Mundial, acabou sendo alvo de muitos xingamentos e quase foi agredido em pleno aeroporto quando desembarcou.
A influência do ‘Loco’
O técnico daquele Newell’s Old Boys de 1992 era Marcelo “Loco” Bielsa, hoje treinador da seleção do Uruguai.
Se não levou o título no Morumbi lotado, Bielsa, pelo menos, se orgulhou do legado transmitido aos seus jogadores depois daquela decisão.
Afinal, viu nove dos 13 atletas que utilizou nas duas decisões tornarem-se técnicos — ou melhor, seus “discípulos”. A lista tem como mais famosos o próprio Martino, Mauricio Pochettino, atual treinador do Chelsea, e Eduardo Berizzo, hoje na seleção do Chile.
Os outros são Julio Zamora, Cristian Domizzi, Gustavo Raggio, Alfredo Berti, Ricardo Lunari, Juan Manuel Llop e Fernando Gamboa.
Comparando com o destino dos jogadores do São Paulo naquela decisão, pode-se dizer que a influência de Bielsa foi mais forte que a de Telê.
Dos campeões com o São Paulo, apenas cinco se aventuraram no banco de reservas: Müller, Palhinha, Zetti, Pintado e Antônio Carlos Zago.
UOL