Apesar de críticas da torcida, atacante ficou próximo de voltar a atuar pelo Timão em 2016; nesta terça, ele reencontra Neo Química Arena e clube que defendeu entre 2013 e 2014
Embora seja reserva, Alexandre Pato é um dos grandes personagens do clássico entre Corinthians e São Paulo pela semifinal da Copa do Brasil. Nesta terça-feira, às 21h30 (de Brasília), o atacante voltará à Neo Química Arena e reencontrará o ex-clube, do qual não guarda lembranças muito agradáveis.
Comprado pelo Corinthians por R$ 40 milhões em 2013, Pato teve trajetória sem brilho no clube, embora tenha participado das conquistas do Paulistão e da Recopa Sul-Americana daquele ano. Foram 17 gols em 62 jogos em uma passagem que ficou marcada por um erro crasso. O atacante tentou uma “cavadinha” em batida de pênalti diante de Dida, goleiro do Grêmio, nas quartas de final da Copa do Brasil daquele ano. Ele errou, e o Timão acabou eliminado.
Naquele dia, o técnico Tite cobrou o atacante de forma veemente no vestiário e chegou a chamá-lo de “moleque irresponsável”.
Porém, apesar de muitas críticas da torcida e até mesmo de dirigentes do Corinthians, Pato esteve muito perto de voltar a atuar pela equipe.
Foi em 2016, após dois anos de empréstimo ao São Paulo. Tite chegou a preparar o terreno para o retorno, dizendo que “Pato é solução, não é problema”, mas no começo do ano o atacante foi emprestado ao Chelsea, Inglaterra.
A transferência, no entanto, foi por um período curto, e o atacante teve de regressar no meio do ano. Àquela altura, Pato já havia tratado o Corinthians como “última opção” e irritado os dirigentes do clube por recusar propostas milionárias da China. Uma delas, do Tianjin Quanjian, previa o pagamento de R$ 52,8 milhões ao Timão.
– Se eu pudesse, emprestaria ele para o Bragantino. Mas nem isso eu posso fazer. A lei não me permite mandar o jogador para onde quero – lamentou Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians, que na época não ocupava cargo, mas seguia influente no clube.
Sem ofertas que lhe agradassem, Pato foi reintegrado ao elenco e chegou a posar para fotos, sorridente, com a camisa alvinegra. Mesmo sem condições de jogo, frequentou o vestiário da equipe e esteve com o elenco em momentos importantes.
Na época, o técnico do Corinthians era Cristóvão Borges, escolhido para substituir Tite, contratado pela seleção brasileira. Ele dizia contar com Alexandre Pato e até definiu data para o atacante reestrear: 22 de julho, contra o Figueirense, em Itaquera.
Entretanto, na véspera da partida, Cristóvão anunciou que Pato não seria relacionado. A justificativa na ocasião foi que o atacante ainda não se sentia pronto para voltar a jogar. Questionado se a insatisfação da torcida tinha relação com a decisão, o técnico negou:
– Pelo contrário, minha ideia era contar com ele. Com toda a certeza, ele vai agregar e somar. Seria muito interessante para isso. Vimos que ainda não é o momento, então vamos esperar mais um pouquinho.
O real motivo para a ausência de Pato foi revelado três dias depois: o jogador estava a caminho do Villareal, da Espanha. Por 60% dos direitos do atacante, o Corinthians recebeu 3 milhões de euros (R$ 10,8 milhões na época).
Após um ano na Espanha, Pato foi para o Tianjin Tianhai, da China, e em 2019 reencontrou o ex-clube, em Itaquera. De volta ao São Paulo, ele foi bastante hostilizado e teve atuação discreta na derrota do São Paulo por 1 a 0, na sexta rodada do Brasileirão.
Essa conturbada história ainda não chegou ao fim e ganhará um novo episódio na noite dessa terça-feira.
Globo Esporte
