Auxiliar do São Paulo valoriza atuação de Perri: ‘Difícil fazer gol nele’

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Lucas Silveira, auxiliar do São Paulo, no jogo contra o Botafogo, pelo BrasileirãoImagem: Marcello Zambrana/AGIF

Auxiliar do técnico Dorival Jr que comandou o São Paulo diante da suspensão do comandante no empate contra o Botafog hoje (19), Lucas Silvestre valorizou a partida do goleiro Lucas Perri. Ele lembrou a passagem do jogador pelo Tricolor.

Fase de Lucas Perri. “Perri trabalhou conosco, víamos potencial grande nele naquele momento. Porém, o crescimento que ele teve esse ano foi absurdo. Conversei com o preparador de goleiros do Botafogo, parabenizei porque o Perri está em uma fase que é muito difícil fazer gol nele. Hoje tivemos algumas possibilidades no um contra um e não conseguimos concluir em gol”.

Empate poderia ter sido vitória. “A gente enfrentou o líder do campeonato e jogamos de uma maneira absoluta dentro do jogo, merecendo, sim, ter feito o placar. Acredito que, pra nós, esse resultado de a 0 a 0, a gente sai de cabeça erguida por conta do esforço realizado e oportunidades criadas, mas merecíamos melhor sorte, sim”.

James Rodríguez. “O James a ideia era 45, no máximo 60. Como perdi o Pablo no início e uma parada para substituição, não poderia voltar sabendo que teria que tirar o James logo em seguida. Preferimos segurar o James no intervalo”

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Confira o que disse Lucas Silvestre na entrevista coletiva após o empate em 0 a 0:

Análise do jogo

“A ideia pro jogo era ter James e Luciano na flutuação por dentro, pra isso colocamos dois jogadores de ataque por fora, o Nathan e o Juan. A gente buscava atração dos zagueiros para que pudéssemos fazer o movimento nas costas dos dois. Ficamos com um time com muita qualidade técnica com a bola. Sabíamos da qualidade do Botafogo, do quanto eles pressionam a saída adversária. Ideia era ter jogadores que nos dessem a posse e na flutuação dos dois meias tentar tirar os zagueiros para buscar as infiltrações. Caso os zagueiros não saíssem, os meias receberiam na entrelinha para ir de frente com a última linha do adversário. Acredito que no primeiro tempo conseguimos ter a bola, mas faltou ataque à profundidade, por isso o Lucas. O James a ideia era 45, no máximo 60. Como perdi o Pablo no início e uma parada para substituição, não poderia voltar sabendo que teria que tirar o James logo em seguida. Preferimos segurar o James no intervalo”.

Quarteto Lucas, James, Luciano e Calleri

“Ainda não conseguimos trabalhar essa situação, foi uma sequência muito grande. Acredito que podemos ter um tempo maior com a parada da seleção e agora de sábado para quinta. Vai depender muito dos quatro. Se as funções defensivas forem executadas, não tem por que não colocar atletas grande qualidade dentro de campo”.

Empate foi bom?

“Complicado de dizer, sabíamos da dificuldade que o Botafogo iria impor. Jogar da maneira como jogamos vindo de um jogo como o de quarta, desgaste físico e emocional muito grande, a maneira como a gente terminou… Não foi só o jogo da quarta, a gente vem de 21 dias de decisões, Corinthians e San Lorenzo. Foi um desgaste mental muito grande reverter dois placares. Não só os atletas, mas também nós. Por conta disso também as mudanças para esse jogo. Por conta das mudanças, a equipe se comportou bem. Conseguimos ter a bola, buscar infiltrações, chances de gol, faltou conseguimos colocar a bola dentro do gol. A gente enfrentou o líder do campeonato e jogamos de uma maneira absoluta dentro do jogo, merecendo, sim, ter feito o placar. Acredito que, pra nós, esse resultado de a 0 a 0, a gente sai de cabeça erguida por conta do esforço realizado e oportunidades criadas, mas merecíamos melhor sorte, sim”

Cronograma James

“Não tem como ser diferente. Vem de um período maior parado. Vem evoluindo muito na parte física, hoje a ideia era essa. Não conseguimos utilizar ele na quarta-feira, como era a ideia já que ele tinha feito 20 minutos contra o Flamengo. É uma carga gradativa porque o risco de lesão é muito grande para um atleta que está retornando aos jogos. A sequência será gradativa e com base nos dados da fisiologia”.

Pontos perdidos

“Foram dois jogos: líder do campeonato e a melhor equipe do futebol brasileiro. Em ambos os jogos tivemos domínio total da partida e não sofremos. Perder pontos dessa maneira, são pontos que hoje nos dariam uma classificação muito melhor. Mas temos total confiança no grupo. Tivemos oito modificações hoje e ainda assim conseguimos manter o padrão que a equipe teoricamente titular vem realizando. Isso nos deixa feliz, o rendimento. Precisamos aperfeiçoar um ponto ou outro, temos consciência disso. Temos essa sequência agora até a final da Copa do Brasil e temos que trabalhar jogo a jogo. As mudanças não foram pensadas no jogo da quinta-feira, foram modificações pensadas no desgaste emocional e físico do jogo da quarta-feira. Colocamos hoje o que a gente tinha de melhor para atuar os 90 minutos”.

Sul-Americana

“O que eu vejo é que hoje não temos uma equipe titular. Todos os atletas estão atuando. A última atuação do Luan tinha sido contra o Palmeiras e hoje precisamos dele com oito minutos. Não temos uma equipe titular. Vamos pensar jogo a jogo, não é um clichê, é assim que precisamos pensar. Somos a única equipe no Brasil em três competições. Para que você tenha uma equipe 100% em todos os jogos, vamos precisar fazer essas alterações jogo a jogo. É o que precisamos fazer para chegar com chances em todos”.

Jandrei

“Jandrei também vai seguir essa linha de pensamento da comissão técnica. É importantíssimo dentro e fora de campo, assim como Rafinha. Que bom que esses dois jogadores nessas três últimas partidas deram um resultado muito bom para nossa equipe. Jandrei contra o Flamengo, Rafinha contra o Corinthians e hoje o Jandrei novamente. Isso vai elevando o nível de competição dentro do nosso plantel e vai mostrando que todos vão ter a sua oportunidade e realizando um grande trabalho vai receber novas oportunidades. Pensamento é geral, todos terão oportunidades”.

Administrar elenco

“Acredito que é uma dificuldade, é nosso grande desafio como comissão técnica. A gestão de pessoas é o ponto mais desafiador de um líder. Quando você tem um número maior de atletas, isso passa a ser um desafio muito maior. No Flamengo tínhamos 24 atletas e complementávamos com atletas de base. Hoje, são 32. Porém, o principal é a honestidade e a sinceridade para comandar o grupo. Atletas sentindo isso, a probabilidade dele reagir de uma maneira melhor é muito maior. Temos isso como filosofia de comando do professor Dorival, buscamos dar atenção todos os dias a todos os jogadores. Acho que isso faz com quem todos se sintam participativos e dentro do projeto da equipe”.

Sequência ruim no Brasileirão

“Campeonato brasileiro é muito difícil, a partir do momento que você não consegue vencer, isso acaba incomodando. Porém, você não vencer tendo desempenho é completamente diferente. Quando você tem o desempenho, você sabe os pontos que precisa atacar para fazer com que volte a ter resultado. Nosso desempenho faz com quem tenhamos consciência de que precisamos de alguns ajustes, mas que estamos muito perto deles. Os últimos jogos têm mostrado isso, a intensidade com quem a equipe vem atuando, o número de jogadas que temos criado. São poucos ajustes que precisamos fazer para alcançar os resultados”.

Jogadores que estavam na Europa

“Prazer enorme trabalhar com atletas desse nível. É um aprendizado pra eles e pra nós também. Tenho relação boa com Rafinha, procuro sempre questionar ele para saber como é feito o trabalho dos grandes treinadores que ele trabalhou na Europa. Ter jogadores desse nível no plantel faz com que todos que estejam à volta cresçam e nós da comissão também aprendemos muito. É prazeroso, se você pensar seis anos atrás a gente não imaginava isso no Brasil. Creio que a tendência é que cada vez mais atletas assim venham para cá e ainda mais novos. Lucas tem 31 anos, atleta que não tem o que dizer e o que ele já rendeu na Europa e está aqui conosco. Isso é motivo de orgulho. É um prazer enorme trabalhar com atletas desse tipo como James, Rafinha e Lucas”.

UOL