Por que Botafogo é o único rival do São Paulo que Calleri segue nas redes? História antiga de amizade explica

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Além do São Paulo, o único time do Brasil que o atacante Jonathan Calleri segue no Instagram é o Botafogo. As duas equipes se enfrentam pelo Campeonato Brasileiro, neste sábado, às 16h (de Brasília).

A explicação para isso está na amizade de muitos anos que o argentino possui com Leonel Di Placido, do Fogão. Os jogadores atuaram juntos na base do All Boys, da Argentina. O pai do centroavante, inclusive, foi treinador do atual atleta alvinegro.

“O Calleri é Botafogo por mim (risos). Quando cheguei aqui, ele começou a seguir o clube e me disse: ‘Vou seguir o Botafogo por você’. Nós temos muitas coisas em comum e sempre conversamos”, disse o lateral ao ESPN.com.br.

Apelidado desde a infância de “Mochi”, uma abreviatura de “mochila”, pois sempre ia nas costas do avô ver jogos de futebol, Di Placido chegou como atacante ao clube argentino. No entanto, foi recuando até virar um defensor.

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Durante o tempo na equipe do bairro de Floresta, os dois garotos gostavam de bagunçar as defesas e também aprontar algumas peças fora de campo.

Di Placido e Calleri no All Boys Arquivo Pessoal

“Durante uma viagem de avião, a gente inflou os coletes salva-vidas e, quando tivermos que voltar para Buenos Aires, os colocamos na mochila. Quando passamos pelo aeroporto, me pararam e disseram que não poderíamos tirar do avião senão seríamos presos (risos)”, recordou.

Os amigos tomaram rumos diferentes após jogarem nos profissionais do All Boys. Enquanto Calleri rodou por Boca Juniors, West Ham, Las Palmas e Alavés antes de chegar ao São Paulo, Di Placido ficou na Argentina. Ele passou por Atlético Tucumán e Lanús até ser emprestado ao Botafogo, em 2023.

No entanto, a amizade continuou até os dias atuais. Antes de chegar ao Brasil, o lateral pediu informações do clube de General Severiano ao atacante são-paulino.

“Anos atrás meu nome foi ventilado aqui e eu já conhecia o clube. Já tinha assistido partidas do Botafogo por causa do Joel Carli. Me chamou atenção que um argentino jogava aqui. O Calleri me falou sobre como era o clube e me ajudou bastante”.

Emprestado até o final do ano, o jogador quer ser contratado pelo Botafogo em definitivo.

“Já disse aos jornalistas que é a melhor liga do mundo. Vir para cá foi incrível. É um sonho jogar no Brasil e em um time tão grande quanto o Botafogo, não apenas a nível de país, mas mundial. Queria jogar no exterior e veio a chance em um clube muito grande. Estou muito feliz.”

O ‘filho’ do ‘capitán’

Logo que chegou ao Botafogo, Di Placido foi “adotado” por Carli.

“Quando meu nome foi ventilado, ele me mandou uma mensagem. Falou sobre a torcida e a história do Botafogo, que foi o clube que mais cedeu jogadores para a seleção brasileira”.

Além disso, o ídolo alvinegro ajudou o compatriota a se instalar com a família no Rio de Janeiro.

“Ele me ajudou a me sentir em casa. O grupo também é muito bom e me sinto parte da equipe. Temos muita gente boa, incluindo os funcionários, que me fizeram parte da família. Jogar aqui é um motivo de orgulho muito grande. Estou muito feliz. Estamos vivendo um momento muito bom”, afirmou.

Encantado com a história do clube, Di Placido espera escrever um capítulo de títulos na galeria.

“Quando você entra no clube, vê fotos de todos eles. Isso é uma pressão, mas estou tentando o melhor para o time. É um orgulho”.

Tiquinho x Calleri: quem é melhor?

Apesar da amizade, o lateral não titubeou ao responder se prefere atualmente Calleri ou Tiquinho Soares, seu colega no Alvinegro.

“Hoje em dia, Tiquinho (risos). É um jogador extraordinário em todos os aspectos não só no gol, mas joga muito com a bola, tem muita qualidade técnica e também tem o jogo aéreo. Para nós, é um jogador muito importante e estou muito feliz que esteja vivendo esse momento. É um grande jogador e uma boa pessoa”.

Leonel Di Placido espera um dia trazer o amigo para jogar no Botafogo

“O Calleri é muito querido pela torcida do São Paulo e é ídolo do clube. É difícil, mas vou falar para que venha para cá (risos)”.

ESPN