De volta ao São Paulo após pouco mais de 11 anos, Lucas Moura deve reestrear pelo clube do coração neste domingo (6), contra o Atlético-MG, no Morumbi, pelo Campeonato Brasileiro. Apesar de ser ídolo da torcida e ter se destacado na primeira passagem pelo Tricolor, o camisa 7 também ficou no meio de um “fogo cruzado” entre Wagner Ribeiro, seu empresário à época, e Emerson Leão, técnico do clube.
Tudo aconteceu em 2012, após uma partida contra o Independente-PA pela Copa do Brasil. Enquanto analisava o desempenho da equipe em entrevista coletiva, Leão reclamou do jeito “fominha” de Lucas, que, segundo o treinador, exagerava na quantidade de dribles.
Em seguida, o atacante foi escalado como titular contra a Portuguesa pelo Campeonato Paulista, mas teve uma atuação bastante apagada, sem arriscar nenhuma jogada individual e sendo substituído por Osvaldo.
“Estou fazendo o que me pediram pra fazer, né? Driblar é o que gosto de fazer, mas estou tentando compensar as outras partidas onde não toquei a bola”, declarou Lucas à época.
Wagner Ribeiro não ficou nada satisfeito com a situação e resolveu alfinetar o treinador pelas redes sociais.
“Só que toda vez que ele encostava na bola, o (técnico Emerson) Leão gritava ‘toca, toca, toca’. O Lucas não jogou bem e falou para mim depois: ‘O Leão pedia para eu tocar, mas minha característica é de partir para cima no um contra um contra as defesas, arrancar em velocidade… Aí eu escrevi no meu Twitter: ‘Lucas Moura é uma Ferrari muito mal dirigida'”, disse o agente, ao ESPN.com.br, em 2019.
“No dia seguinte, a rádio Jovem Pan me ligou e eu expliquei no ar: ‘O Lucas tem potencial muito grande, mas não está sendo bem explorado’. Logo depois, veio a rádio Bandeirantes e me pôs no ar junto com o Leão para criar um conflito. Eu disse: ‘Não quero esse tipo de confronto, porque essa pessoa que está ai já fez sacanagem com o Ilsinho no Palmeiras e com o Lulinha no Corinthians’. Pedi desculpas e saí da linha. Queriam que nos confrontássemos”.
“Esse assunto dominou a semana inteira no São Paulo, até que teve um jogo contra o Santos no domingo. O Lucas jogou demais, fez um gol e deu assistência com vitória do São Paulo”, lembra o agente, sobre o clássico vencido pelo Tricolor por 3 a 2, no Morumbi, contra o Santos de Neymar.
“Acabou o jogo, e na coletiva do Leão perguntaram para ele por que o Lucas tinha jogado bem. O Leão respondeu: ‘Por que eu entrei na auto-escola’. (risos). Isso ficou marcado”, relembrou Ribeiro.
O trabalho de Leão no São Paulo acabou meses depois. Em junho, o ex-goleiro foi demitido após ser eliminado no Paulistão e na Copa do Brasil, além do começo irregular no Brasileiro. O São Paulo contratou Ney Franco, que ajudou Lucas a explodir e viver grande fase até a conquista da CONMEBOL Sul-Americana de 2012.
No final daquele ano, Lucas foi para a Europa vendido ao PSG por 43 milhões de euros, o equivalente a R$ 108,34 milhões à época. Após passagens pelo clube francês e depois Tottenham, o atacante voltou ao Morumbi nesta semana e reassumiu a camisa 7.
ESPN