Presidente do São Paulo revela que Rafinha falou com James até sobre atrasos e diz o que fez diferença para contratação

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O São Paulo vive um momento conturbado dentro dos campos. Com a derrota para o San Lorenzo por 1 a 0, pelo jogo de ida das quartas de final da CONMEBOL Sul-Americana, o time atingiu a marca de quatro jogos sem vencer. Apesar disso, o torcedor tem tido ultimamente muitos motivos para sorrir. Apenas na última semana, o Tricolor anunciou o retorno de Lucas Moura e também a chegada de James Rodríguez, astro colombiano que foi artilheiro de Copa do Mundo.

E enquanto muita gente não conseguiu entender e até temeu gastos muito elevados, que poderiam comprometer a saúde financeiro de um clube já cheio de dívidas, o presidente Julio Casares, em entrevista exclusiva à ESPN, detalhou o processo de convencimento para a chegada do novo camisa 19. Segundo ele, o processo passou por várias esferas dentro do clube e o jogador chega como um “presente” ao torcedor.

“O São Paulo vive uma reconstrução. Financeira, de pilares éticos, de administração, de gestão e também no futebol. E o James era um sonho. Como todo sonho, é muito distante no primeiro momento e foi encurtando. Foi um trabalho de 50 dias que a nossa diretoria foi desenvolvendo, aliado ao marketing e ao financeiro. O James é um jogador que estávamos esperando ficar livre. É claro que o jogador livre fica mais viável de pagar, você não tem que pagar o direito econômico. Conseguimos construir um mecanismo financeiro que não ultrapassasse o nosso teto e que não tenha essa falácia que vai ter apoio de marketing, ou investimentos. Não. Ele é um produto. Um atleta com qualidade indiscutível que vem ao elenco dentro do orçamento do São Paulo. Claro, o que vier a mais de resultado de marketing, ajuda a atenuar a questão de folha de pagamento. Mas ele veio em um equilíbrio absurdo. Foi um trabalho que foi monitorado. Acho que o melhor foi o sigilo. Isso impacta a concorrência. Se o São Paulo enfrenta um concorrente com muito mais dinheiro, pode atrapalhar o negócio. Então a eficiência da área de comunicação, de marketing e do futebol trouxe ao torcedor, que merecia um presente, uma contratação desse tipo. O torcedor do São Paulo tem dado todo o exemplo de cumplicidade. Foi um trabalho a várias mãos, com muita eficiência e hoje temos um jogador que, além do salário, vai ter luvas negociadas dentro do nosso cronograma. Acho que foi um trabalho eficiente, de visão e de monitoramento que a área de futebol conseguiu realizar.”

James Rodríguez (esq) e Rafinha no treino do São Paulo Divulgação/São Paulo FC

O dirigente também deu os créditos a Rafinha, lateral-direito do São Paulo desde 2022, e que atuou ao lado de James Rodríguez no Bayern de Munique: “Com a nossa gestão, a partir de 2021, o São Paulo começou um trabalho de reconstrução. Um trabalho técnico e financeiro de colocar o São Paulo em um patamar competitivo, sem comprometer a nossa folha, os nossos compromissos. Nós já herdamos compromissos de anos passados e estamos ainda enfrentando. Mas temos que fazer a roda girar. Em 2021, conseguimos um título estadual. Em 2022, chegamos a duas finais, com time competitivo. Todos os técnicos que passaram deram a sua contribuição. Essa fase de agora eu chamo de fase aspiracional maior. É uma fase que nós temos que preparar o São Paulo com nível competitivo, mas com algumas qualidades diferenciadas. E o James chega nesse patamar. Ele não está ultrapassando o nosso teto salarial e não estamos tratando ele como a peça solta no tabuleiro. O testemunho do Rafinha para ele, que foi importante para a aquisição, foi de mostrar para ele que o São Paulo às vezes tem um descompasso financeiro, mas vai quitando e vai ajustando. No final de 2022, nós quitamos todas as contas.”

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E por mais de toda a badalação e os custos envolvidos na contratação, Casares descartou completamente a possibilidade de algum tipo de racha no grupo por causa do status de James.

“Tem uma cumplicidade com os atletas. O São Paulo vem cumprindo com o combinado. Os atletas entendem que quando o São Paulo adquire um jogador desse porte, vai ajudar a ter mais receitas e suportar o pagamento de todo o elenco. Toda essa ação ajuda o contexto geral. E quando você tem o testemunho do Rafinha, que fala com o jogador e indica para vir, que o time tem um CT preparado, diretoria séria, gestão que cumpre as questões, mesmo com as dificuldades de fluxo.”

Já integrado ao clube, James Rodríguez está treinando para ter condições de fazer sua estreia. A expectativa é que ele, juntamente com Lucas Moura, se apresente ao torcedor no próximo domingo (6), quando o time recebe o Atlético-MG no Morumbi, pelo Brasileirão, mas é provável que não tenha condições de jogo.

ESPN