Fundamental no título da Copa do Brasil, volante lembra quando se afastou do futebol após lesões no fim da temporada passada; Esporte Espetacular mostra entrevista completa no domingo
Hoje um dos pilares do time do São Paulo comandado por Dorival Júnior adaptado na função de volante, o meia Alisson contou que teve um quadro depressivo entre o fim do ano passado e o início de 2023.
Em entrevista exclusiva ao Esporte Espetacular, que será exibida na íntegra no próximo domingo, o jogador afirmou que chegou a pedir para deixar o clube após uma sequência de lesões e a derrota tricolor na final da Copa Sul-Americana.
– Momentos muito difíceis, momentos que passava pela minha cabeça em tirar minha vida. Foi um momento muito complicado, falei com o grupo depois do título (da Copa do Brasil) – disse Alisson.
Na entrevista, ele recordou quando a doença começou:
– Volta no ano passado, na final da Sul-Americana, eu machuco a coxa. Você perde o título, e eu não queria ficar fora dos jogos. Volto contra o América-MG, faço até o gol da vitória, mas em um treino, além da coxa, sinto uma dor no tendão – lembrou.
– Com a comissão, a gente tenta fazer de tudo para ficar bom, e é a primeira vez que fico fora de um final de temporada. Deram um voto de confiança, eu dei minha palavra que voltaria, e minhas férias foram uma loucura.
– Foi um momento em que me cobrei muito por terem dado esse voto de confiança. Minha esposa até falava para eu não me cobrar tanto, para descansar. Em um amistoso aqui um dia, eu chego em casa, minha mente parece que dá uma travada. Eu ligo para o Rui (Costa, executivo de futebol) e falo: “Eu não quero mais jogar futebol, não quero mais aparecer no clube, quero me afastar e não quero receber um real de vocês. Só quero largar tudo isso que estou fazendo” – completou.
Alisson conta que não conseguia mais ver partidas de futebol.
– Quando eu via, me dava uma crise muito forte, meu coração começava disparar, minha mente travava e eu não queria sair do quarto, sair para nada.
O jogador teve a esposa, principalmente, como apoio durante o período.
– Minha esposa passou por uma depressão e ela foi minha grande ajuda, que não deixou eu em nenhum momento ficar me isolando. Tenho uma gratidão pela minha esposa, meu filho que passou isso comigo, agradecer meus pais que mesmo de longe me ligavam sempre e as pessoas próximas de mim, empresário, jogadores. O São Paulo, com a psicóloga… Hoje, vivenciar esse momento… Eu nem imaginava jogar futebol. Eu só tenho que agradecer às pessoas por ter dado a volta por cima – concluiu.
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Globo Esporte