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Leonardo Miranda
Alisson e Pablo Maia foram fundamentais para atrair a pressão do Flamengo e abrir espaço para o ataque.
O São Paulo fez um jogo cirúrgico na importante vitória por 1 a 0, em pleno Maracanã, no jogo de ida das finais da Copa do Brasil.
Flamengo 0 x 1 São Paulo – Melhores momentos – 1º jogo da final – Copa do Brasil 2023
O Tricolor dominou a primeira etapa e não conceceu uma única chance de gol ao Flamengo. Com a vantagem no braço, o time amarrou o jogo no segundo tempo e fez um jogo de segurança e estratégia.
O controle do São Paulo teve um setor de destaque: o meio-campo. Alisson foi o melhor do jogo e Pablo Maia mostrou que é titular absoluto com uma atuação segura. Nestor foi fundamental, e Lucas Moura novamente foi bem em seu retorno.
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Calleri marca no Maracanã e deixa o São Paulo na frente diante do Flamengo, pela jogo de ida da final da Copa do Brasil — Foto: André Durão
Os quatro conseguiram criar superioridade numérica na marcação do Flamengo.
Veja a coletiva de Dorival Júnior após Flamengo 0 x 1 São Paulo
Toda a equipe executou bem o que Dorival planejgou para o jogo: chamar a pressão do Flamengo para o próprio campo e abrir espaço na defesa. Alisson e Maia jogaram bem próximos, alinhados. Eles tocavam bola e chamavam a pressão dos dois volantes do Flamengo, que subiam para tentar roubar a posse. Veja na imagem esse movimento acontecendo com Gerson e Victor Hugo mais avançados até do que Pedro.
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Dupla de volantes do São Paulo chama a pressão do Flamengo — Foto: Reprodução
Esse momento de construção das jogadas tinha Rafinha um pouco mais recuado com os zagueiros e Caio Paulista bem aberto, jogando na linha lateral como um atacante – guarde essa informação.
A tática de atrair a pressão e ir trocando passes encaixou direitinho com a estratégia de Sampaoli, que posicionou Gabigol e Bruno Henrique pelos lados. Nenhum deles tem o costume de voltar até a defesa. Isso fazia o São Paulo ter Nestor e Lucas Moura no mesmo setor de Erik Pulgar: são dois contra um. Veja na imagem:
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Lucas Moura e Nestor jogaram livres no meio do Flamengo — Foto: Reprodução
A situação que o São Paulo criou se chama superioridade numérica. É ter mais jogadores que o seu rival em um determinado setor para dificultar a marcação e possibilitar que algum deles saia livre, sem marcação, com a bola. Uma das mudanças de Dorival em sua chegada foi posicionar Nestor como um “falso-ponta”, que começa pelo lado e se movimenta pelo meio, causando surpresa para o primeiro volante rival.
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Nestor como falso ponta pela esquerda: mais jogadores no meio-campo — Foto: Reprodução
A estratégia de Dorival fez o São Paulo tocar a bola com tranquilidade e chegar no ataque com espaço, em boas condições de finalizar. Também impediu o Flamengo de se impor no jogo.
Lembra de Caio Paulista? Como Gabigol não voltava, ele encontrava um espaço imenso para apoiar e foi a principal arma de inversões de lado. Segundo estatísticas da Opta, Caio recebeu sete inversões de jogo no primeiro tempo. Corria e tocava a bola no espaço, nas costas do lateral ou com a defesa do Fla toda desorganizada. Veja a imagem.
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Inversões para Caio Paulista foram boa arma tática do São Paulo — Foto: Reprodução
O gol de Calleri nasce justamente de uma inversão para Caio Paulista.
Aos 45 min do 1º tempo – gol de cabeça de Calleri do São Paulo contra o Flamengo
Com a vantagem no braço e vendo Éverton Ribeiro desfilar em campo, Dorival prendeu o São Paulo na segunda etapa. Welington entrou para segurar mais o lado esquerdo, Gabriel Neves reforçou a marcação e as cinco substituições deram fôlego para suportar a pressão do Flamengo. Até o empate não seria um resultado ruim, o que não foi o caso.
No fim, foi uma daquelas partidas que entrará na história recente do clube como um exemplo de como um elenco com bons valores e um treinador de visão e qualidade podem produzir: um jogo cirúrgico.
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