Técnico vence na final o clube que o dispensou no ano passado mesmo após dois títulos e chega a três taças na competição
O destino não abriu mão da ironia ao definir a história do campeão da Copa do Brasil de 2023: colocou o técnico Dorival Júnior, o comandante do São Paulo nessa conquista até então inédita para os paulistas, para vencer o Flamengo, o clube que o dispensou no fim da temporada passada mesmo após ele ter vencido a Libertadores e a própria Copa do Brasil.
Um movimento para que os cariocas contratassem Vitor Pereira, que durou quatro meses no clube, tempo suficiente para perder cinco títulos. Dorival Júnior, que passou os primeiros meses de 2023 desempregado, foi contratado pelo São Paulo em abril, poucos dias depois de o português ser demitido no Flamengo, para a vaga de Rogério Ceni.
No Morumbi, Dorival deu a resposta: bateu seu ex-clube na final da Copa do Brasil, torneio que venceu pela terceira vez, e colou em Felipão, o único treinador com quatro taças.
Dorival Júnior foi campeão da Copa do Brasil pela primeira vez em 2010, pelo Santos, como comandante daquela épica histórica do clube, com Neymar, Ganso e cia.
Ele também é o primeiro a ser bicampeão da competição, em anos seguidos, por duas equipes diferentes: o Flamengo, ano passado, o São Paulo, neste. Antes dele, Mano Menezes tinha vencido em duas temporadas consecutivas, mas ambas pelo Cruzeiro.
No São Paulo, Dorival assumiu o time em crise: tinha sido eliminada nas quartas de final do Paulista e derrotada na estreia do Brasileiro – nesse meio-tempo, o time ainda enfrentou turbulências como a discussão entre Ceni e o atacante Marcos Paulo num treino.
O treinador passou os 11 primeiros jogos sem derrotas no São Paulo, mas, a partir de julho, com jogos a cada três dias, passou a priorizar os jogos das copas do Brasil e Sul-Americana.
Na última, chegou às quartas, mas foi eliminado pela LDU.
Na Copa do Brasil, fez campanha memorável. Passou pelo Ituano e pelo Sport – duelo em que venceu fora 2 a 0, mas perdeu em casa por 3 a 1, classificando-se nos pênaltis – antes de encarar dois clássicos: contra Palmeiras, com duas vitórias, e Corinthians.
A semifinal foi histórica: o São Paulo perdeu em Itaquera por 2 a 1, mas com uma atuação brilhante e com Lucas, recém-chegado, como personagem principal, venceu o rival por 2 a 0 em casa e voltou à final da competição após 23 anos.
Na decisão, bateu o Flamengo por 1 a 0 no Maracanã com 67 mil pessoas e, uma semana depois, comemorou o título com o empate em 1 a 1 no Morumbi.
Globo Esporte