Perri conta como virou goleiro de seleção e por que não vingou no São Paulo

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UOL

Igor Siqueira e Alexandre Araújo

Lucas Perri é um fissurado por vídeos de goleiros. Se desde adolescente já curtia os movimentos dos grandes nomes da posição, neste ano ele pode ver o resultado do próprio trabalho nos melhores momentos do Brasileirão. As grandes defesas e o fato de ser o goleiro com mais jogos sem tomar gol na Série A (13), inclusive, catapultaram o camisa 1 do Botafogo para a seleção brasileira nas Eliminatórias da Copa.

Mais jovem, Perri se mostrou um goleiro promissor. Acumulou convocações para as seleções de base, mas não teve espaço no profissional do São Paulo. Precisou exercitar a paciência com empréstimos até virar um “paredão” de respeito no líder do Brasileiro. Em entrevista ao UOL, ele conta como foi essa construção até vestir a camisa amarela.

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Falta de oportunidades no São Paulo: “O São Paulo sempre teve goleiros muito qualificados e, quando subi ao profissional, estava no momento deles de jogar. Aliado a isso, tem a convicção do treinador”.

Chegada ao Botafogo: “Estava no Náutico, fazendo bom jogos. Começaram a ter conversas para chegar próximo ao final do contrato com o São Paulo. Apareceu o Botafogo, que apresentou um projeto. Fiquei muito empolgado”.

Ponto da virada para o Brasileirão: “A eliminação do Carioca foi muito forte. Foi um momento de muita reflexão, embora o nosso time só tenha perdido um jogo. Não nos classificamos e acredito que foi um momento que nos uniu”.

Fase ruim do Bota no começo de 2023: “Tivemos essa dificuldade em relação ao gramado do Nilton Santos, que estava em obra. Passamos primeiro semestre viajando para fazer jogos que seriam em casa”.

A falha contra o Inter: “Foi um momento que nem entendi o que aconteceu, mas o apoio da torcida foi muito importante, porque mostra o momento que o Botafogo tem vivido. Todo goleiro vai errar, é uma coisa que acontece”.

Seria Perri o melhor goleiro do Brasil no momento, como gritam torcedores e até os colegas de time?

Isso eu deixo para a imprensa. Da minha parte, tenho de ir para casa, descansar muito, voltar, trabalhar para fazer o melhor para o Botafogo. Não é uma coisa que passa pela minha cabeça. Assisto a muitos vídeos dos demais e acredito que a quantidade de goleiros jogando em alto nível é absurda. Fábio, Cássio, Weverton, todos os goleiros do Brasil estão numa fase muito boa

Fala, Perri

Você já imaginava na base que você seria um goleiro de projeção nacional?

Perri: Sou apaixonado por futebol, pela minha posição e acho que isso ajudou. Claro que, quando você é adolescente, sai de casa em busca desse sonho, de viver do futebol, mas nunca imagina o que pode acontecer. Quando eu comecei a ser convocado para a seleção [sub-17], fiquei muito feliz, mas demorou um pouco para cair a ficha, porque o profissional ainda é uma coisa muito distante. O que eu estou vivendo hoje é um sonho de criança.

Como é que você fazia para se alimentar desse “vício” pela posição?

Perri: É uma coisa que eu levo comigo. Em casa, gosto muito de estudar sobre goleiros. Tem muito material na internet. Desde sempre, fui muito fissurado em estudar tudo o que envolvia goleiro, muito vídeo, de goleiros europeus e brasileiros. Assistia aos jogos sempre focado no goleiro.

Lucas Perri em ação durante Botafogo x Flamengo, jogo do Campeonato Brasileiro
Lucas Perri em ação durante Botafogo x Flamengo, jogo do Campeonato Brasileiro

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