Alisson conta bastidores da mudança de posição no São Paulo: “Não estava à vontade na ponta”

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Jogador se tornou segundo volante, cresceu de rendimento e se tornou peça fundamental de Dorival

A mudança de Alisson para segundo volante não foi apenas um mérito de Dorival Júnior e sua comissão. Também teve papel fundamental do próprio jogador, que detectou estar ocupando uma vaga que ele não estava desempenhando bem.

Ao ge, Alisson contou os bastidores dessa função inédita em sua carreira e que lhe rendeu um crescimento de rendimento e a condição de titular absoluto na conquista da Copa do Brasil para o Tricolor.

– Como eu sempre falo, foi uma loucura para mim. Agradeço o fato como foi. Chego no Lucas (Silvestre), falo que não me sentia à vontade de fazer a função de ponta. É até estranho eu falar isso, porque joguei quatro anos no Grêmio assim, com o Renato (Gaúcho). Muda o clube e os companheiros e muda o estilo. E eu sentia que para a equipe eu ajudava mais defensivamente, mas às vezes precisa do drible e deixei claro que tinha gente mais qualificada para fazer isso – afirmou Alisson.

– Em um treino ele (Lucas Silvestre) me coloca de volante, eu não tinha entendido muito bem, mas foi onde fui aprendendo a jogar, me sinto confortável ali. Nos clubes todos que passei eu falo que estou para ajudar independente de função e ajudar a conquistar títulos. Onde passei deixei minha marca, no Cruzeiro, Grêmio, agora no São Paulo, e espero continuar assim, ganhando títulos – acrescentou.

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Alisson em entrevista no São Paulo — Foto: Eduardo Rodrigues

A mudança teve que ter uma adaptação em todos os sentidos para o antes meia-atacante, mas que Alisson conseguiu adquirir de uma forma rápida, algo que impressionou a comissão técnica e os companheiros. Ele rapidamente desbancou Gabriel Neves.

O crescimento do jogador é sempre elogiado por Dorival Júnior, que encontrou uma peça dentro de seu elenco para fazer uma função até então carente no grupo.

– O Alisson foi uma mudança de posição procurando adequar aquilo que ele tem de melhor: ser combativo, ao mesmo tempo técnico, porque ele tem ótima saída de bola e temos uma passagem rápida nos pés do Alisson. Isso tem feito que tenhamos ganho muito, tanto ofensiva quanto defensivamente no combate – explicou Dorival.

– Ele pressiona demais, marcando o jogador da frente. Eu acho que voltamos a ter aproximação, trocas de passes e infiltração sem bola. Quando isso acontece você acaba criando. Isso é prazeroso, e é fruto de trabalho, conscientização de cada um, os movimentos que temos que fazer – completou.

Alisson divide os méritos desse momento com a comissão técnica e companheiros. Segundo ele, a visão dos membros da comissão tem sido fundamental.

– Vem deles me dar a oportunidade de jogar de volante. Você está no dia a dia com eles, e caras experientes e vencedores notaram que eu poderia contribuir naquela função. Só agradecer eles por ver isso em mim. Me orientam, me mostram vídeos, ensinando onde eu devo ou não estar. Tenho muito a melhorar nessa função e tenho certeza que os companheiros também foram importantes para me encaixar nessa função. Fico muito feliz de ter me reinventado – finalizou.

Aos 30 anos, Alisson vive um de seus melhores momentos na carreira e terá ainda o ano que vem inteiro para ajudar o São Paulo a brigar por mais títulos. O seu contrato se encerra em dezembro de 2024.

Globo Esporte