Com oposição enfraquecida, Casares deve ter eleição como formalidade no São Paulo

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Candidato à reeleição reúne apoio de quase 70% dos conselheiros e prevê ampliar base; adversários ainda não têm nome para disputa, mas querem evitar hegemonia

O São Paulo terá eleição para presidente ainda neste ano, mas o cenário político do clube a essa altura indica que o pleito será uma formalidade. Candidato à reeleição, Julio Casares deve ser eleito para um novo mandato de três anos.

A oposição está enfraquecida no clube e ainda não tem um nome definido para a disputa. Marco Aurélio Cunha, que já ocupou cargos de exposição em outras administrações e era citado como um possível candidato, afirmou ao ge que não disputará a eleição.

Há relatos de que o grupo tem tido problemas até para reunir 100 sócios para formar uma chapa para a eleição do conselho – número mínimo determinado pelo estatuto do clube. Cunha diz que a chapa será formada.

– A oposição trabalha de forma silenciosa. Não vamos nos expor, dar motivação para os outros retaliarem, vamos montar se possível uma chapa – afirmou.

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Membros do grupo admitem dificuldade de vencer a eleição e focam em eleger o maior número possível de conselheiros.

Os prazos previstos no estatuto para o processo eleitoral já estão próximos, mas ainda não há data nem mesmo para a Assembleia Geral em que os sócios escolherão 100 conselheiros – o primeiro ato da eleição para presidente. Ela precisa acontecer na segunda quinzena de novembro, em dias de final de semana – em 18, 19, 25 ou 26 de novembro, portanto.

As chapas precisam ser inscritas até o dia 15 de outubro e serem subscritas por pelo menos 55 conselheiros vitalícios.

Se só um grupo conseguir esse apoio, a regra é flexibilizada: abre-se novo prazo de dois dias para uma chapa apoiada por pelo menos 40 conselheiros vitalícios. Se não for suficiente, o prazo é estendido por mais dois dias para que uma chapa seja subscrita por qualquer número de vitalícios. É uma regra que praticamente inviabiliza uma eleição de chapa única.

Julio Casares, presidente do São Paulo e candidato à reeleição — Foto: Marcos Ribolli

No São Paulo, a eleição é indireta. Sócios votam em conselheiros, que depois escolhem o presidente.

O Conselho é formado por até 260 pessoas: 100 são eleitas a cada três anos, outras 160 são vitalícias – nesse último grupo há 157 cadeiras ocupadas e três vagas que só serão preenchidas quando o número chegar a dez.

Na última semana, 180 conselheiros formalizaram apoio à candidatura de Julio Casares à presidência da diretoria e de Olten Ayres de Abreu à presidente do Conselho.

Desses, 100 são vitalícios, com expectativa de chegar a 105 – quase 82% dos votos necessários na eleição para presidente, considerando a maioria simples de 129 votos dos 257 conselheiros que estarão aptos a escolher o próximo presidente.

O plano da situação é ter uma base ainda mais ampla nos próximos três anos. O grupo espera eleger até 85 dos 100 novos conselheiros em novembro – em 2020, elegeu 74.

A eleição para a diretoria será convocada após os novos membros do Conselho tomarem posse.

Recentemente, opositores à atual administração conseguiram reunir o apoio de 50 conselheiros para levar à votação uma mudança no estatuto do clube que alteraria o sistema de escolha do presidente, que passaria a ser eleito a partir do voto direto dos sócios.

A proposta foi derruba com 180 votos contrários – entre eles, o do presidente Julio Casares.

Globo Esporte