Lesões preocupam clube, que viu jogadores como Galoppo e Ferraresi se machucarem em jogos disputados no estádio do Palmeiras
Com o aumento dos estádios com gramados sintéticos no Brasil, o São Paulo cogitou construir um campo em seu CT com um piso do tipo, mas mudou de ideia. O clube agora quer levantar um debate sobre esse tipo de material.
As lesões estão no centro dessa discussão. Neste ano, o São Paulo viu atletas como Galoppo e Ferraresi sofrerem contusões graves em duelos no estádio do Palmeiras, onde o gramado é sintético. O primeiro só deve jogar no ano que vem, enquanto o zagueiro voltou a ser relacionado recentemente, ainda que não tenha entrado em campo.
– A gente tem conversado bastante aqui e isso mudou um pouco. Temos visto a quantidade de lesões que têm ocorrido nos campos sintéticos. A NFL, por exemplo, está no processo contrário, buscando diminuição dos campos sintéticos – afirmou ao ge o diretor de futebol tricolor, Carlos Belmonte.
No começo da temporada, o clube chegou a estimar os custos para instalar um campo sintético em seu CT, algo em torno de R$ 5 milhões, mas essa ideia foi abandonada.
Na Série A, os estádios de Athletico-PR, Botafogo e Palmeiras são de grama artificial.
Com o rival paulista, inclusive, o São Paulo mantém um acordo de utilizar o Allianz Parque para jogos quando o Morumbi estiver ocupado por eventos como shows musicais – foi numa situação assim, contra o Água Santa, no Paulista, que Galoppo lesionou o joelho.
O clube também conversa com a concessionária que administra o Pacaembu, em reforma, para utilizar o local eventualmente – o estádio municipal terá gramado sintético em sua reabertura, prevista para 25 de janeiro.
– Achamos que tem que ser ao menos rediscutida essa questão no futebol. Vivemos em um país tropical. É fundamental que a gente estude a possibilidade de ter no Brasil só campos de grama ou, no mínimo, campos híbridos, como é o do Corinthians.
Em entrevista a um veículo argentino há uma semana, Galoppo criticou o gramado do estádio palmeirense:
– Não sou a favor que os times da primeira divisão tenham sintéticos. A grande maioria dos campos é de grama natural, e a grama sintética faz a diferença a favor do time local. Além disso, o sintético do Palmeiras está muito desgastado e a bola passa muito rápido. Parece um daqueles sintéticos para jogar futebol de 5. Não é fácil jogar nesse tipo de campo.
Belmonte disse que não pretende liderar uma campanha sobre o assunto, mas quer que a questão entre na pauta dos clubes:
– É uma opinião pessoal minha, do departamento de futebol. E claro que já conversei sobre o tema com o presidente Júlio (Casares). Não vamos encampar uma campanha, seria deselegante com os times que têm campo sintético, mas é uma questão que colocamos para análise.
Globo Esporte