O São Paulo volta a jogar depois de 11 dias com uma clara missão: vencer pela primeira vez fora de casa no Campeonato Brasileiro. O rival desta quarta-feira (18) é o Goiás, justamente o último a perder para o Tricolor em sua casa, em dezembro de 2022, na última rodada da edição passada.
Só que derrotar o Goiás não é a única coisa que passa pela cabeça de quem dirige o futebol são-paulino. Embora o discurso ainda seja de foco no Brasileirão, o Tricolor automaticamente já planeja a próxima temporada. E, com isso, usará a reta final de 2023 para decidir quem fica para o ano seguinte.
A prioridade absoluta é a manutenção de Lucas Moura, cujo contrato vence em dezembro. Só que, se o camisa 7 já convenceu a diretoria de que é a “cereja do bolo” para 2024, outros ainda estão em fase de testes e encaram os jogos que ainda restam no Brasileiro como vitrine.
Quem são esses? E o que pode fazer o São Paulo mudar de ideia sobre as situações?
A ESPN resume a situação abaixo:
ERISON
O atacante está emprestado pelo Botafogo até 31 de dezembro de 2023 e quer aproveitar os jogos que restam para convencer o São Paulo de que vale a pena mantê-lo no grupo. Até aqui, são apenas oito jogos, dois gols e uma série de lesões musculares que impediram qualquer sequência com a camisa tricolor.
Sua atuação mais recente foi em 30 de julho, quando saiu ainda aos 24 minutos do primeiro tempo contra o Bahia. Erison é bem avaliado internamente pela diretoria e comissão técnica, mas só tem chance de permanecer se mostrar serviço agora e se o Botafogo topar reemprestá-lo ao Tricolor.
“Vamos avaliar o Erison. É um jogador que todos nós, inclusive o Dorival, acreditamos muito. Se ele tiver uma sequência daqui até o final do ano, se recuperar e se firmar, tudo bem. Se na avaliação final ele não se recuperou e a gente não conseguir o empréstimo, ai precisamos de um centroavante”, afirmou o diretor Carlos Belmonte, ao canal “Arnaldo e Tironi” no Youtube.
DAVID
Vive situação parecida com a de Erison, pois está emprestado até o fim do ano pelo Internacional, e o São Paulo não demonstra interesse em comprá-lo de maneira definitiva (para isso, teria que desembolsar mais de R$ 10 milhões por apenas metade dos direitos econômicos).
Como Erison, David também enfrentou uma série de lesões ao longo do ano, embora tenha conseguido atuar mais que o companheiro. São 29 jogos e cinco gols, o mais importante deles contra o Palmeiras, na vitória por 2 a 1 pela segunda partida das quartas de final da Copa do Brasil.
Dorival Júnior aprova a continuação de David para 2024, mas o aspecto financeiro pesa contra uma renovação de contrato. Caso o atacante tenha boas atuações na reta final, e o Inter tope um novo empréstimo, o São Paulo pode segurá-lo. Caso contrário, sua saída é o caminho natural.
JHEGSON MÉNDEZ
Não joga desde 25 de julho e vive uma situação completamente diferente de seu início no Morumbi. Titular do Equador na Copa do Mundo de 2022, foi titular e pedido pelo ex-técnico Rogério Ceni, mas ficou sem espaço a partir da chegada de Dorival, que só o escalou duas vezes na equipe principal.
Como Pablo Maia e Alisson são os titulares do momento, enquanto Luan e Gabriel Neves estão em vantagem caso a comissão opte por alguma troca, Méndez tem grandes possibilidades de ser negociado pelo São Paulo em 2024, até porque seu vínculo é mais longo. Uma saída por empréstimo chegou a ser especulada nos últimos meses, mas não concretizada.
“O Méndez tem sido meno utilizado. A gente avalia que, se ele não for usado, temos que colocar em algum lugar, algum time, porque daí não vai ter oportunidade de jogar aqui”, analisou Belmonte, ao canal “Arnaldo e Tironi”.
PATO
Outro com contrato até dezembro deste ano, mas em moldes diferentes dos demais. Sem jogar há tempos, Alexandre Pato assinou um vínculo de produtividade com o São Paulo para recuperar a forma e o status no futebol, mas não conseguiu engrenar como alguns supunham.
Pato não atua desde 20 de setembro, quando ganhou a chance de jogar dez minutos contra o Fortaleza, e não atuou nem um minuto na campanha do título da Copa do Brasil. Nas entrevistas, Dorival Júnior sempre adota um tom respeitoso, mas evita fazer projeções e promessas sobre futuro.
Hoje, pela dificuldade de atuar regularmente, pela concorrência interna e também o desejo do São Paulo de investir em mais dois atacantes para 2024 (um reserva de Calleri e um ponta que atue pela esquerda), é improvável que Pato permaneça para a próxima temporada.
MICHEL ARAÚJO
Caso completamente diferente dos colegas de time. O uruguaio tem contrato por empréstimo do Fluminense até o fim de 2024, então tem mais um ano garantido no Morumbi. E, pelas atuações, tudo indica que ficará em definitivo.
Para ele, a reta final será uma forma de mostrar que pode solucionar um problema sem que o São Paulo precise gastar dinheiro. Michel deve ganhar cada vez mais espaço como segundo volante, uma alternativa a Alisson que o elenco atual não tem. Caso se dê bem na função, evitará que o clube busque alguém para ocupar o espaço no ano que vem.
“O Michel vai ser testado nessa posição de segundo volante como é o Alisson. É um jogador extraordinário, joga em várias funções sempre bem, absolutamente comprometido. Pela temporada que ele teve esse ano, se mantiver a temporada em 2024, a gente vai adquirir, porque é muito importante no elenco, querido por todos, muito participativo e útil o tempo todo”, completou Belmonte.
JAMES RODRÍGUEZ
Também tem permanência assegurada para 2024, até por se tratar de um jogador de renome mundial, mas seu status a partir da pré-temporada em janeiro pode mudar caso engrene uma sequências de boas e decisivas atuações no Campeonato Brasileiro.
O colombiano soma nove jogos pelo São Paulo e um gol, contra o Fortaleza, além de dois pênaltis perdidos. Internamente é elogiado pela qualidade técnica e pelo esforço de retomar a parte física do auge da carreira.
No Morumbi, todos apostam que James Rodríguez será um dos destaques do clube no ano que vem, quando terá feito uma pré-temporada mais criteriosa e, portanto, estará no mesmo nível físico dos demais. Camisa 10 clássico, é comparado por Dorival Júnior com Arrascaeta, do Flamengo.
ESPN