Entidade quer usar Supercopa, em Minas, com tricolores e alviverdes nas arquibancadas, como exemplo de que é possível discutir fim de torcidas únicas no estado
O presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, se reuniu na manhã desta sexta-feira com líderes de torcidas organizadas de Palmeiras e São Paulo, que disputam a Supercopa do Brasil, no começo de fevereiro, para discutir um plano de segurança para a partida, que será realizada em Belo Horizonte com palmeireneses e são-paulinos nas arquibancadas.
Na reunião, que contou com a presença do Capitão Felipe Longo, do Batalhão de Choque da Polícia Militar, e do delegado Cesar Saad, da Drade (Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva), Carneiro Bastos admitiu que quer usar o duelo em Minas como exemplo para debater o fim das torcidas únicas em clássicos paulistas – medida que vigora desde 2016.
A intenção foi buscar o compromisso das organizadas de que a partida no dia 4 de fevereiro será disputada sem incidentes fora de campo para retomar o diálogo com autoridades do estado pela volta de visitantes aos estádios de São Paulo nos jogos que envolvem Corinthians, Guarani, Palmeiras, Ponte Preta, Santos e São Paulo.
O Ministério Público, que todo ano renova a recomendação para jogos com torcida única, não teve representantes no encontro.
Na reunião, houve promessa dos torcedores organizados de que a Supercopa será disputada sem confusões.
Houve, no ano passado, uma discussão semelhante durante o Campeonato Paulista, quando o clássico entre Palmeiras e Santos, realizado no Morumbi, casa do São Paulo, não teve problemas graves – ainda com torcida única.
Uma emboscada de palmeirenses a corintianos, quatro dias depois, porém, fez o grupo que debatia a possibilidade desistir de levar a ideia à frente naquele momento.
O jogo em Belo Horizonte apresenta uma oportunidade que é vista como única pelos que defendem a volta dos visitantes aos estádios – o que inclui a FPF, os clubes e as torcidas organizadas.
Será a primeira vez que duas equipes paulistas se enfrentarão com ambas as torcidas no estádio desde 2016, quando uma série de confrontos violentos entre corintianos e palmeirenses após um clássico no Pacaembu levou à determinação ainda em vigor.
As autoridades, em especial o Ministério Público, se apegam aos números para manter a recomendação – os dados apontam para uma diminuição nos casos de violência e na diminuição do efetivo policial deslocado para a segurança de clássicos.
Na Supercopa, a torcida do Palmeiras, campeão brasileiro, e do São Paulo, campeão da Copa do Brasil, dividirão o Mineirão. Um cordão da PM mineira dividirá o estádio ao meio.
Globo Esporte