Autor de dois gols pelo Tricolor, meio-campista de 36 anos era titular na derrota para a Alemanha em 2014
Será impossível para Luiz Gustavo pisar no gramado do Mineirão neste domingo e não lembrar da derrota que a seleção brasileira sofreu para a Alemanha na semifinal da Copa do Mundo de 2014, na goleada por 7 a 1, em 8 de junho daquele ano, que marcou uma geração.
Titular da equipe de Felipão naquela campanha, o jogador retornou ao futebol brasileiro em janeiro para reforçar o São Paulo, que brigará pelo título da Supercopa com o Palmeiras, em Belo Horizonte.
Autor de dois gols com a camisa tricolor, nas vitórias por 1 a 0 contra a Portuguesa e 2 a 1 contra o Corinthians, o meio-campista deve começar a decisão de domingo como uma opção para Thiago Carpini, embora venha de destacando por sua liderança e imposição.
– Antes do jogo, mesmo não iniciando a partida, ele passou para falar com cada um dos atletas. Isso achei uma atitude nobre, fantástica. Um cara ficar tantos anos jogando em alto nível na Europa não é à toa. Esses bons exemplos são nossa realidade – disse o treinador são-paulino.
A trajetória até o amadurecimento, porém, teve no 7 a 1 o maior trauma da carreira de Luiz Gustavo. Marcado pelo crítico torcedor brasileiro, ele fechou suas contas nas redes sociais e se trancou num mundo “offlline” até os dias de hoje, mantendo-se mais recluso.
– Já tem dez anos que me afastei (das redes sociais). Só quem estava na Copa (de 2014) sabe o que passou. Depois disso, tive paz. E de paz eu não abro mão – contou o experiente jogador.
Após a Copa do Mundo disputada no Brasil, Luiz Gustavo seguiu sendo convocado no ciclo seguinte, pelo técnico Dunga, disputando jogos até maio de 2016. Foram 41 ao todo. Em 2015, chegou a comentar sobre o trauma vivido pelos jogadores:
– Ninguém vai esquecer, a gente vai ficar com isso guardado. Mas não precisa ficar falando, porque a gente não vai conseguir mudar – destacou.
Apesar de ter vivido a eliminação como jogador do Wolfsburg, da Alemanha, onde seguiu jogando até 2017, quando se transferiu para o Olympique de Marselha, ele negava na ocasião ter virado um alvo de chacotas e provocações de jogadores e torcedores alemães:
– O povo alemão é tranquilo. A gente respeita eles, eles nos respeitam, esse é um dos fatores positivos da Alemanha – disse, em 2015.
No domingo, Luiz Gustavo terá a primeira oportunidade de conquistar um título pelo São Paulo. Atual campeão da Copa do Brasil, o Tricolor enfrenta o Palmeiras, campeão brasileiro de 2023, valendo a Supercopa Rei.
O Verdão venceu a competição no ano passado, quando superou o Flamengo. Será a primeira vez que os são-paulinos vão disputar a competição, que é decida em jogo único.
Globo Esporte