Presidente do São Paulo explica como reforma no Morumbis pode aproximar torcida e aumentar 20 mil em capacidade de público

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O presidente do São Paulo, Julio Casares, explicou suas ideias para a reforma do Morumbis. O mandatário quer colocar a torcida mais próxima do campo e falou em aumento de até 20 mil na capacidade de público — tudo isso sem mudar as características principais.

“Precisamos pensar no estádio como uma grande plataforma. As obras públicas acontecem, mas o estádio precisa ser repensado. Não mudar a característica, gosto de um estádio raiz, mas vamos reformar”, disse, em entrevista ao ex-jogador Walter Casagrande, no podcast “Casão Pod Tudo”.

O mandatário foi questionado se tiraria a pista de atletismo que fica ao redor do gramado, como aconteceu com o Monumental de Núñez, do River Plate, que virou o maior estádio da América do Sul ao aumentar a capacidade para mais de 83 mil pessoas.

“Não é nem tirar a pista, mas é chegar as cadeiras mais próximas à pista. Pode ser que vá ficar muito encostada, mas depende do projeto arquitetônico. Porque passa um córrego embaixo do campo. Veja bem, para eu melhorar essa visão e levar a torcida para uma pressão maior, o estádio pode sair de 65 mil para 85 mil. Eu quero levar a torcida mais próxima”, afirmou.

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“Precisamos rebaixar o campo e esticar o setor intermediário, que é a cativa, lá próximo (do gramado). E aí deixar a torcida mais quente lá dentro. Mas sem perder a característica. Talvez fazer uma cobertura parcial, de um anfiteatro, que você possa fazer um grande show ou um show modular, para 2 mil, 5 mil, 20 mil pessoas em um canto do estádio”, completou.

Casares garantiu que vai exigir que seja mantida a grama natural – o Allianz Parque, do Palmeiras, outro estádio na cidade que é sede de muitos eventos, optou por gramado sintético há quatro anos. Segundo ele, “o futebol fica mais bonito” dessa forma.

O presidente do São Paulo, na mesma entrevista, defendeu uma ‘frente’ contra esse tipo de gramado e relembrou lesões sofridas por atletas do Tricolor no estádio palmeirense.

“Chegou o momento dos clubes, CBF, Federação, Conmebol… Tem que ter grama natural. Chega. Isso não é showbol, que cada um tem um tipo de grama. Sei que é negócio. Você não tem na Itália, na Inglaterra… Nós temos que pensar primeiro no atleta. Três jogadores nossos se contundiram no Allianz: Galoppo, Ferraresi e o Wellington, sem falar no Dudu e o Bruno Rodrigues (ambos do Palmeiras)”, disse.

Reforma do Morumbis

O São Paulo fechou, no fim do ano passado, um acordo com a WTorre para reforma do Morumbis. A previsão é de que a obra seja concluída em 2030, no ano do centenário do clube.

O modelo de negócio será diferente do firmado entre a construtora e o Palmeiras no Allianz Parque. O Tricolor, assim, poderá gerir o estádio e escolher, por exemplo, as datas para receber eventos e shows, de acordo com as prioridades da equipe.

ESPN