O São Paulo teve em seu goleiro o grande herói da conquista da Supercopa do Brasil de 2024, vencida por 4 a 2 nos pênaltis em cima do rival Palmeiras. Com duas penalidades defendidas, Rafael foi eleito o melhor jogador da partida do último domingo (4). Nesta sexta-feira (9), o arqueiro são-paulino detalhou a estratégia utilizada para parar as cobranças de Murilo e Piquerez e garantir mais um título ao Tricolor.
“O clube fornece para todos nós um material muito importante sobre o adversário antes de todos os jogos, com relação a penalidades, bolas paradas ofensivas, finalizações. Eles me entregam um material muito grande para que eu possa estudar. Acho muito importante esse estudo, e muito dele não é para decidir qual lado vou pular ou qual lado o jogador vai bater. Hoje, existem muitos pênaltis e a variação é muito grande, todos os jogadores têm números elevados de cobranças dos dois lados”, disse em entrevista à ESPN.
“Porém, é importante para que a gente saiba como o jogador vai para a cobrança, que é o mais importante. Nós analisamos a maneira como o batedor normalmente chuta, se ele olha para o goleiro até o final, se não, e tudo mais. Conversando com os treinadores de goleiros, optamos por deixar a decisão para a hora da batida. Tínhamos todo o estudo de como eles vinham batendo, mas senti ali o momento. O Murilo, que foi um dos pênaltis que peguei, é um jogador que joguei no Cruzeiro e sabia do canto que ele tinha preferência. Antes de ele bater o pênalti, eu aponto para ele e falo: ‘você vai bater lá, eu sei que é o seu canto’, para tentar desestabilizar ele ou mostrar que talvez eu iria no outro, e acabei acertando e fazendo a defesa. A pressão, a responsabilidade do momento faz com que mudem todos os fatores estudados previamente”, completou o atleta.
Rafael aponta semelhanças entre treinadores e exalta diretoria do São Paulo
A conquista da Supercopa aconteceu mesmo após a troca repentina no comando técnico da equipe, que perdeu Dorival Júnior para a Seleção Brasileira e acertou a chegada do jovem Thiago Carpini. Para Rafael, existem semelhanças no trabalho dos dois comandantes, exaltados pelo goleiro do São Paulo, que também destacou a transparência da diretoria com o elenco na escolha do novo treinador.
“Com certeza [foi um acerto a chegada do Carpini, que tem ideias parecidas com o Dorival]. Ficamos tristes com a saída do Dorival, mas muito feliz por ele. É uma realização profissional muito grande, ele merecia muito. Tudo que vivenciamos proporcionou a Seleção para ele, que ele desfrute muito. A diretoria, desde o início, conversou muito com todos nós, passando a importância que era escolher a pessoa certa, que não teria tanta pressa mesmo com a urgência de uma final em poucos dias, porque precisávamos de um perfil parecido com o do Dorival. O Carpini é um cara muito parecido com ele, tanto na parte tática, de treinamentos, quanto na parte de ambiente, de tratamentos. Isso foi muito importante. Ele é um cara que chegou para somar muito”, declarou.
“Já tem muito do trabalho dele que podemos ver, e temos crescido muito, estamos esperançosos que será um grande ano também. A meu ver, a diretoria se importa muito com essa questão de manter o Milton [Cruz], o Muricy [Ramalho], que são pessoas que nos ajudam muito e ajudaram muito nessa transição. São pessoas espetaculares e vencedoras presentes no nosso dia a dia. Todo mundo tem um principal objetivo, que é fazer o São Paulo ser campeão de todas as competições. Acho que, hoje, tudo o que vivemos aqui é de se aplaudir. Tenho certeza que isso tem gerado muitos frutos e isso que acaba terminando no resultado do jogo”, finalizou Rafael.
Líder do Grupo D e com Rafael provavelmente de volta — foi poupado na vitória sobre o Água Santa —, o São Paulo entra em campo neste sábado (11), contra a Ponte Preta, às 18 horas (de Brasília), no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas (SP). O embate é válido pela sétima rodada do Campeonato Paulista.
Gazeta Esportiva