Em entrevista ao podcast “Casão Pod Tudo“, o presidente do São Paulo, Julio Casares, foi questionado sobre a possibilidade do clube se transformar em SAF no futuro.
O dirigente disse não ser “contra”, mas salientou que essa ainda é uma ideia que tem que ser “maturada” nos bastidores tricolores, sem qualquer chance de ser adotada em breve.
Casares também salientou que os clubes que viraram SAFs, apesar de terem conseguido organizar as finanças de forma emergencial, não tiveram mudanças de mentalidade.
Ele citou abertamente o exemplo do Botafogo, que foi comprado pelo empresário norte-americano John Textor e trocoou cinco vezes de treinador no ano passado.
“SAF é uma legislação nova que veio para ajudar os clubes e, principalmente, ‘salvar’ clubes que estavam quebrados… Não vou mencionar (os clubes), mas todo mundo sabe… Mas não é o instrumento que vai resolver tudo”, apontou.
“Os clubes, todos eles com grandeza, dentro de um sistema, construíram patrimônio. São Paulo, Corinthians, Flamengo, Palmeiras… Não estou dizendo que sou um defensor desse sistema e demonizo a SAF, não, mas o São Paulo tem que observar esse quadro com um pouco mais de tranquilidade”, seguiu.
“Dou um exemplo que o Botafogo, que liderou o campeonato, é uma SAF, tem um grande empresário, só que no mesmo campeonato, trocou de técnico cinco vezes. Se somos nós que fazemos isso, os amadores, os associados, voluntários, sei lá, somos excomungados na rua. Mas não, a SAF tem uma proteção ideológica…”, ironizou.
“Não sou contra, mas é um processo que temos que maturar”, complementou.
O cartola ainda revelou que o clube busca um outro modelo de apoio empresarial, no qual possa captar investimentos, mas siga com autonomia de decisões.
“O que o São Paulo está procurando, você vai saber em breve, é um sistema que nós podemos usufruir de um investimento empresarial sem perder a hegemonia da instituição ao mandar. Eu não posso que amanhã o São Paulo seja vendido, o cara pega meu jogador aqui, fica seis meses, manda para outro time dele da Europa e depois manda para o México”, argumentou.
“O São Paulo, Corinthians, Flamengo, são clubes que têm que ter uma raiz e dá para administrar sem ser uma SAF, desde que você consiga estabelecer uma relação profissional”, finalizou.
ESPN