Tática para a Supercopa, título, reforços e James: Carpini abre o jogo sobre os planos do São Paulo

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Técnico diz que ainda mantém características de Dorival Júnior, mas já com detalhes do seu trabalho no Tricolor campeão da Supercopa do Brasil

Campeão da Supercopa com menos de um mês de São Paulo, Thiago Carpini participou do Boleiragem, programa do sportv, na noite desta segunda-feira.

Um dia após vencer o Palmeiras nas cobranças de pênaltis, no Mineirão, o treinador do Tricolor falou sobre a tática da equipe no tempo normal, sobre o desempenho nas penalidades e exaltou o elenco são-paulino, além de detalhar o planejamento do clube para a sequência da temporada.

– A gente busca ainda algumas situações bem pontuais. A saída do Caio, a não permanência, ficamos com o Welington e temos o Patryck, jovem promissor, mas talvez precise fortalecer um pouco mais. A gente vê necessidade de um defensor como o Beraldo, um canhoto. O Alan já fez (a função) comigo, o Ferraresi joga dos dois lados, mas ter um canhoto é diferente…

– Claro que se surgir uma boa oportunidade de 9. O Calleri se entrega absurdamente nos jogos, para fazer um ano jogando vai ser difícil… O embate dele é diário. Impressionante o que treina e se dedica – disse o treinador.

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Reforço para 2024, Luiz Gustavo pode ser uma alternativa caseira para o sistema defensivo do Tricolor.

– Já sentei e conversei . Ele se sente confortável para fazer, até a lateral já fez no Bayern, no Marselha jogou muito nessa linha, mas precisa estar bem fisicamente, com ritmo de jogo melhor para poder se adaptar a essa função. Neste momento ele não se sente seguro, mas no decorrer da temporada pode ser uma opção. Já compartilhei com ele, ele também compactua e se mostrou aberto a ajudar no que for possível. Não é uma novidade ou improviso.

Fora dos relacionados de todos os jogos do São Paulo nesta temporada, James Rodríguez também foi pauta da conversa com Carpini. O treinador falou sobre o processo de preparação que envolve o colombiano e admitiu que aguarda uma evolução do jogador.

– Quando a gente aumenta um pouco a carga ele tem um incômodo crônico na panturrilha, e aí ele não consegue chegar no seu melhor estágio. Eu enquanto treinador tomo as decisões. Respeito todos, e tem o feeling do James, preciso que ele se sinta seguro para jogar. Eu não me senti seguro de comprometer todo o sistema, teria que ajustar muitas coisas para que ele fizesse parte. Acho que as coisas estão fluindo bem. Ele tem que se adaptar ao São Paulo. Claro que Quando ele estiver em campo vamos criar alternativas para ajudá-lo, mas quando ele reunir condições em todos os aspectos, física, mental e de estar no São Paulo e nos ajudar – contou.

Recém-chegado ao Tricolor, o treinador, com passagens recentes por Água Santa e Juventude, ainda tenta colocar todas as suas características no seu atual time.

Carpini também falou sobre o legado deixado por Dorival Júnior no São Paulo. O atual técnico tricolor foi contratado pelo clube justamente porque o antigo treinador foi para a seleção brasileira.

– O Dorival deixou ideias bem definidas, um padrão bem definido, um padrão muito bem organizado, um legado maravilhoso. Tem que saber chegar, também. Quando as coisas são boas, a gente potencializa as coisas boa. E devagar a gente vai propondo algumas coisas para dar um pouco a nossa cara. O que eu encontrei facilitou muito o trabalho. Os atletas, ambientes, as pessoas que fazem o São Paulo.

– Já tem alguns comportamentos (meus) principalmente individuais que eu cobro muito dos atletas. Tem a construção de 2023, mas teve algumas mudanças. A saída do Beraldo, do Caio, o Lucas, que não esteve presente em várias partidas. Na verdade, ele esteve presente na primeira, contra o Santo André e 45 minutos do Corinthians. Nestor fora, Michel Araújo voltando agora. Algumas situações a gente já consegue propor para que a gente possa dar um pouco daquilo que eu penso para o São Paulo – disse Carpini.

Antes de chegar ao São Paulo, Carpini foi finalista do Campeonato Paulista com o Água Santa, em 2023. O objetivo do treinador era, depois desse trabalho, ir para a Europa para um curso da Uefa. Ele mudou de ideia, porém, quando o Juventude fez uma proposta. Mas precisou convencer a esposa.

– Foi uma longa conversa em casa com a esposa, porque ela ia muito para Diadema e na hora de ir para Lisboa não foi mais (risos). Mas ela entendeu. Foi um desafio enorme. O Juventude me oportunizou também. Conhecia um pouco do elenco. Foi um aprendizado, um desafio por não conhecer o mercado. Não monte o elenco. Me adaptei às características que tinha lá. Em muitos momentos não coloquei exatamente o que gostaria – completou o treinador.

Em menos de um mês, Carpini comandou o São Paulo na quebra do longo tabu de dez anos sem vencer o Corinthians na Neo Química Arena e num título inédito.

Globo Esporte