Márcio Aguiar faz parte da comissão técnica fixa do Tricolor e trabalha ao lado de Octavio Ohl; ele perdeu a decisão de 2004 para outro são-paulino ilustre: Muricy Ramalho
Há 20 anos, o Campeonato Paulista foi decidido por duas equipes da Grande São Paulo que tinham como treinadores dois personagens da história do São Paulo: o São Caetano, de Muricy Ramalho, que depois se tornaria uns dois maiores técnicos da história tricolor, e o Paulista de Jundiaí, do técnico Zetti, bicampeão da Libertadores e do Mundial de Clubes (1992/93) como goleiro do São Paulo.
Com uma vitória por 3 a 1 no primeiro jogo e por 2 a 0 no segundo, ambos no Pacaembu, o Azulão conquistou o título pela primeira e única vez em sua história. O volante Mineiro, campeão do mundo com o Tricolor em 2005, era um dos destaques.
Curiosamente, duas décadas depois o clube agoniza nas divisões inferiores, com um recém-rebaixamento para a quarta divisão (A-4).
Em campo, outro personagem das decisões do Paulistão de 2004 foi o goleiro Márcio Aguiar, que atuou em Jundiaí cedido pelo São Paulo, onde era apontado como um possível substituto de Rogério Ceni. Hoje, faz parte da comissão do Tricolor e frequenta todo dia o CT da Barra Funda.
Aos 42 anos, Márcio já vive seis anos de aposentadoria, todos eles dedicados ao São Paulo, onde iniciou o trabalho como preparador das categorias inferiores (sub-9 ao sub-13) em 2018.
No São Paulo, Márcio hoje forma uma dupla de preparadores de goleiros com Octavio Ohl.
São eles os responsáveis pelos treinamentos de Rafael, Jandrei, Young e dos demais goleiros da base que frequentam o elenco principal. A convocação de Rafael para a seleção brasileira, aliás, foi muito comemorada pelos dois, que se sentiram também premiados pelo trabalho realizado no dia a dia.
O goleiro Márcio
Márcio chegou aos 12 anos ao São Paulo e viveu por mais 12 dentro do Morumbis, até deixar o clube de forma definitiva em 2006.
Foram seis temporadas na reserva de Ceni, mas com empréstimos para clubes como Paulista, Grêmio e Paysandu. Em São Paulo, jogou ainda por Ituano, Barueri e Botafogo-SP, tendo ainda uma passagem pelo Athletico. Ao todo, atuou por 16 clubes nas quatro divisões do Brasileirão.
– Quando fui emprestado, tomei gosto por jogar, aí acabei saindo de vez em 2006. Se for pensar, eu ia ter que esperar uns 10 anos pelo Rogério se aposentar, então eu ia assumir a titularidade com 32 anos (risos) – brincou ele, em entrevista ao UOL, em 2018.
Ídolo do Grêmio Barueri (que depois virou Grêmio Prudente), Márcio teve 19 anos de futebol profissional e conviveu com algumas lesões sérias nos joelhos e também com alguns rebaixamentos, já que caiu com Paysandu, Grêmio, Grêmio Barueri e Atlético-PR.
No Paulistão de 2004, ganhou muito destaque na semifinal, quando o Paulista empatou com o Palmeiras por 3 a 3 e, nos pênaltis, Márcio defendeu duas cobranças na vitória por 4 a 3, em batidas de Élson e Lúcio.
Escalações do segundo jogo da final:
- São Caetano 2×0 Paulista
- São Caetano: Silvio Luiz, Ânderson Lima, Dininho, Serginho e Triguinho; Marcelo Mattos, Mineiro, Gilberto e Marcinho (Lúcio Flávio); Euller (Warley) e Fabrício Carvalho (Fábio Santos). Técnico: Muricy Ramalho.
- Paulista: Márcio, Lucas, Asprilla, Danilo e Galego; Umberto, Alemão, Canindé e Aílton (Fábio Melo); Izaías e João Paulo (Davi). Técnico: Zetti.
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