Leila admite ‘revolta’ do Palmeiras com acordo do São Paulo no TJD: ‘Agora é só xingar, pagar uma multa e tudo bem’

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Leila Pereira, presidente do Palmeiras, concedeu entrevista à “Rede Globo” na manhã desta quinta-feira (14) e se mostrou revoltada com o acordo realizado pelo São Paulo com o TJD-SP para que Carlos Belmonte, diretor do Tricolor, e atletas do clube não fossem julgados após pagamento de multa e um vídeo de desculpa gravado pelo cartola pelos fatos ocorridos após o empate em 1 a 1 entre os dois times, no último dia 3 de março.

“Recentemente aconteceu um fato com um rival da gente e esperávamos um julgamento. O que não pode ter é pedido de desculpas falso. Abrindo precedentes falsos”, iniciou a presidente.

“Agora é só xingar, pagar uma multa e está tudo bem. Eu estou falando da partida contra o São Paulo. Eu fiquei revoltada com esse acordo. Tinha que pelo menos serem julgados como o Abel sempre foi. Achei muito triste por que abre um precedente muito triste”.

Em acordo homologado nesta terça-feira (12) entre o clube e o Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Paulista de Futebol (FPF), ficou definido que jogadores e dirigentes pagarão multas financeiras pelas ofensas proferidas ao árbitro Matheus Delgado Candançan. Assim, não haverá nenhum julgamento dos envolvidos como era previsto.

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De acordo com documento obtido pela ESPN, o lateral-direito Rafinha, o meia Wellington Rato e o atacante Jonathan Calleri escaparam de suspensões em troca do pagamento de R$ 25 mil. Os três foram vistos no túnel de acesso aos vestiários da arbitragem protestando por erros contra o São Paulo no clássico.

O diretor Fernando Bracalle Ambrogi (mais conhecido como Chapecó), o presidente Julio Casares e o auxiliar Estéphano Kiremitdjian Neto também tiveram multas estipuladas no acordo e as pagarão do próprio bolso, assim como o diretor Carlos Belmonte, que não ficou apenas no aspecto financeiro.

Além de ser punido com R$ 50 mil, Belmonte precisou gravar um vídeo de retratação, com pedido de desculpas público ao técnico Abel Ferreira, do Palmeiras, a quem chamou de “português de m***”. Ele também está proibido de frequentar estádios do Paulistão por um período de 30 dias.

Segundo apurou a ESPN, o Palmeiras ficou extremamente incomodado com o acordo. Nos bastidores da equipe alviverde, há indignação com o fato de sequer ter havido julgamento dos dirigentes do clube do Morumbis, como o presidente Julio Casares e o diretor de futebol Carlos Belmonte, além de atletas como Jonathan Calleri, Wellington Rato e Rafinha.

Nos corredores do Palestra Itália, questiona-se se as desculpas foram sinceras ou apenas emitidas de forma protocolar, como parte do acordo com o TJD para evitar os julgamentos.

Por fim, o Verdão também se mostrou incomodado com mais um episódio de impunidade no futebol brasileiro.

Nos bastidores alviverdes, é feita até uma relação entre recentes episódios de violência ocorridos antes e depois de partidas de futebol por todo o país, com a impunidade sendo apontada como o problema mais grave desta mazela.

ESPN