O presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, se reuniu com o presidente do São Paulo, Julio Casares, e a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, na última quarta-feira, para entender a rixa entre os dois clubes após o clássico do último domingo, no Morumbis, marcado pelo veto à coletiva de imprensa do técnico Abel Ferreira e muita reclamação do lado tricolor em relação à arbitragem da partida.
A ideia do presidente da Federação Paulista de Futebol era botar panos quentes sobre a situação, evitando que a rixa entre os dois clubes tome maiores proporções. O encontro foi amistoso e correu em bom tom.
A conversa também serviu para que protocolos e logística envolvendo o clássico entre São Paulo e Palmeiras fossem alinhados, justamente para evitar que novas coletivas de imprensa sejam canceladas após as partidas dos dois clubes.
O São Paulo alega que recebe um tratamento aquém do ideal para realizar sua coletiva de imprensa após as partidas que disputa no Allianz Parque e, seguindo o princípio de reciprocidade, proibiu que o Palmeiras realizasse a entrevista do técnico Abel Ferreira em sua sala de imprensa, no Morumbis.
Já o Palmeiras defende que todos os times visitantes utilizam a mesma estrutura que o São Paulo tem à disposição no Allianz Parque e que jamais proibiu o rival de usar o mesmo espaço onde o técnico Abel Ferreira concede suas entrevistas.
O Verdão, porém, costuma realizar a coletiva de Abel Ferreira antes do adversário. Caso ambas as equipes usem o mesmo espaço, isso vai contra o regulamento da Federação Paulista de Futebol, que prevê que o time visitante use a sala de imprensa antes do mandante.
A presidente do Palmeiras também desaprovou a postura do diretor de futebol do São Paulo, Carlos Belmonte, que se referiu ao técnico Abel Ferreira como “português de m…” nos corredores que dão acesso aos vestiários do Morumbis. O presidente tricolor, Julio Casares, também gerou incômodo ao citar o treinador palmeirense após o o empate no clássico: “Chega de o Abel apitar o jogo”.
Questões de segurança também foram colocadas em pauta no encontro. O São Paulo, por exemplo, manifestou seu descontentamento com a área onde dirigentes e staff acompanham o clássico contra o Palmeiras, no Allianz Parque, reclamando que membros do clube ficam muito próximos de torcedores palmeirenses, chegando a transitar no meio da torcida em algumas ocasiões, o que os obriga a não trabalharem uniformizados.
Julio Casares e Leila Pereira, aliados em outras causas do futebol, como a criação da Libra (Liga do Futebol Brasileiro), mantêm uma bola relação, apesar de todos os acontecimentos dos últimos dias. Fontes próximas aos envolvidos na reunião garantem que o clima foi tranquilo.
Fato é que, mesmo com o encontro entre os dois presidentes e o alinhamento de protocolos visando os próximos clássicos entre as duas equipes, o clima do último Choque-Rei influenciará torcedores, jogadores e comissões técnicas no próximo duelo entre os clubes.
Gazeta Esportiva