O coordenador técnico do São Paulo, Muricy Ramalho, explicou a divergência inicial que teve com o treinador Luis Zubeldía antes do argentino ser contratado pelo tricolor paulista.
O que aconteceu
Zubeldía desmarcou uma entrevista pedida pelo São Paulo, que procurava técnico. Seria uma conversa por vídeo, no começo deste ano, após a saída de Dorival Júnior para a seleção brasileira.
O São Paulo, então, acertou com Thiago Carpini.
Com a demissão de Carpini, o São Paulo voltou a pensar no argentino e contou com o apoio de Muricy.
Acontece que, naquele momento, marcamos uma entrevista e ele (Zubeldía) desmarcou no mesmo dia, aí não gostei mesmo. Falei isso a ele. Se eu tivesse ressentimento teria bloqueado a contratação dele. A minha opinião é técnica, não tenho isso. O cara é bom? Vamos conversar de novo. Como da outra vez não conversamos porque ele não quis. Só que estávamos apertados e precisávamos de um treinador. (…) O cara não queria fazer a entrevista, não gostei e acabou. Eu vejo o treinador e não quero saber da vida particular dele, quero saber se ele vai vir trabalhar bem para o São Paulo. Para mim, o que interessa é isso. Não tem ressentimento.
Muricy Ramalho, no Zona Mista com André Hernan
Zubeldía invicto
Sete jogos, cinco vitórias e dois empates. O início do argentino empolga no São Paulo e Muricy reconhece o bom momento, mas vê a necessidade de colocar os ‘pés no chão’.
O trabalho do Zubeldía e sua comissão técnica é muito bom e isso deixa a gente animado. Com o trabalho dele você fica muito mais perto de ganhar alguma coisa. Agora, pés no chão. Sempre fui muito tranquilo em relação a isso e não me empolgo. Claro que gosto de ver todo dia lá um bom trabalho. O que gosto nesse treinador é que, além do lado coletivo ser importante, o individual também é, ele tem essas conversas com os jogadores. É um técnico com 16 anos de carreira, apesar de ser jovem, tem experiência também. E ele também é assim, um cara sério e que não é empolgado.
Reformulação no DM
No início de maio, o São Paulo criou uma função para comandar o departamento médico do clube. O fisioterapeuta Felipe Marques, que já estava no tricolor, assumiu a função. Muricy afirma que o profissional será o elo entre a comissão técnica e o DM do clube para evoluir ainda mais a questão física dos atletas.Continua após a publicidade
O que achamos que não estava legal era a comunicação. O nosso coordenador (de saúde e performance), que será cobrado por isso, vai pegar informações com todos os outros departamentos, fisiologista, massagista, onde você descobre a contusão, e será o responsável por passa tudo para o Zubeldía.
Nós temos um grupo em que conversamos todos os dias. Essa informação para a comissão técnica será muito importante, porque vão poder segurar ou não um atleta, treinar mais forte ou mais devagar. Os exames são muito bem feitos agora.
Saída de Carpini
Muricy disse também que Thiago Carpini teve tempo e respaldo no São Paulo. Na visão do coordenador técnico, faltou experiência ao profissional, que foi demitido após três meses no comando do tricolor. Ao total, foram foram 18 jogos de Carpini à frente do time do Morumbis, com sete vitórias, seis empates e cinco derrotas, com aproveitamento de 50%.
(Carpini) fez um bom trabalho no Água Santa, Juventude e é um técnico promissor. Falta um pouco de experiência e queria passar isso a ele. Sou muito claro e direto. Falei que ele estava tendo a chance da vida dele, mas não basta só um bom trabalho, você precisa ganhar.
Muita gente falou que poderia depois do jogo contra o Novorizontino, pelo Campeonato Paulista, ter mandado ele embora. Mas pensamos no treinador, ou seja, ele vai ter um tempo agora para treinar o time e mostrar que pode reverter essa situação. Nós demos uma chance a ele como demos para os outros também, Rogério, Crespo, que tiveram situações difíceis também.
UOL