Zubeldía vê São Paulo seguindo ‘bússola’, cita Ferguson e fala sobre Lucas

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O técnico Luis Zubeldía, do São Paulo, falou que sua equipe seguiu os princípios de jogo como uma “bússola” ao abordar a vitória sobre o Fluminense, em duelo do Campeonato Brasileiro ocorrido nesta segunda-feira (13) no MorumBis. O argentino também citou Alex Ferguson, histórico treinador do Manchester United, e falou sobre o retorno do meia-atacante Lucas.

É muito importante, independentemente do resultado parcial — como na Libertadores, na Copa do Brasil e hoje —, manter os princípios de jogo. Estes princípios devem ser nossa bússola quando temos ou não temos a bola. Essa é a chave para poder reverter um resultado. Nestes três jogos que viramos, os princípios de jogo foram nossa bússola. Claro que há outras questões, mas estes princípios podem sustentar uma ideia independente de um resultado parcial. […] Os princípios de jogo têm que ser nossa bússola

Zubeldía

O que mais ele falou?

Alegria ao torcedor. “Conseguimos virar outro resultado, ganhamos bem e em casa. Isso nos permite desfrutar com nossos torcedores numa segunda-feira, às 20h, que não é muito cômodo para quem sai do trabalho cansado rumo ao estádio. Pudemos dar a eles uma vitória. Feliz por tudo isso.”

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Lucas de volta? “Ele está treinando bem, fez três atividades com a equipe. Amanhã, serão quatro, na quarta-feira o quinto. Creio que ele possa estar disponível para o jogo de quinta-feira.”

Exemplo de Ferguson. “O São Paulo está jogando bem, está controlando muitos aspectos de jogo bem, tem seus princípios com bola e sem bola bastante claros. Podemos seguir melhorando. Trato de evitar os superlativos. Às vezes digo, mas evito dizer ‘excelente jogo’, ‘espetacular jogo’… o melhor é como fazia o Ferguson [histórico técnico do Manchester United], que quando tinha um ótimo treino ou jogo, ele simplesmente usava duas palavras poderosas: ‘bem feito’. Nada de superlativos. O que busco é isso: que os jogadores façam um bom jogo com e sem bola. Não é o Zubeldía, é o São Paulo.”

Patryck com espaço. “Quando um treinador novo chega, como eu, não está contaminado de críticas que podem ser feitas a jogadores. Começo a tomar decisões não pelo que dizem, mas pelo que vejo. Se o Patryck esteve em todas as seleções brasileiras de base, por que não pode jogar aqui? Ele teve partidas boas e não tão boas, é normal, ele é jovem. É um jogador que tem sete anos de seleção de formação e no São Paulo, houve todo um processo. Agora vamos tirar ele por algumas partidas ruins? Ele terá partidas ruins e boas, como hoje, espero que sejam mais boas. Se ele for mal, jogará outro, mas houve um processo de formação. Se a gente jogar ele no lixo por poucas partidas… o mesmo acontece com o Juan. Ele, possivelmente, é o centroavante mais centroavante depois do Calleri no nosso elenco. O centroavante sofre questões quando não faz gols, mas se a equipe faz gols em outras posições, melhora. Seu trabalho foi muito bom, ele gerou situações de gol, deu profundidade…”

Alan Franco. “É por uma questão que gosto, de sair jogando com a bola de trás. Para mim, é importante ter tranquilidade. Tenho a sensação que o Diego Costa, pela esquerda, não terá sua melhor versão neste caso. No caso do Alan, sim, porque ele tem um físico não tão alto, gira de maneira mais natural… são pequenas coisas que, para mim, detecto porque é meu dever e monto a dupla de zagueiros. Ao mesmo tempo, temos o Ferraresi.”

Rodar elenco? “Não gosto de mudar muitos jogadores, mas sim poucos. É inevitável que exista um contexto para mudar. Nesta rotação de jogadores, quem entra não é igual a quem sai, então posso mudar um pouco a organização tática. O que trato de trabalhar muito é: utilizar alguns princípios de jogo dependendo das características do jogador. Com a bola, ocupar espaços em relação à características deles e a um pouco do que o oponente possa causar. O rival nos dá um contexto, é basicamente isso.”

Bons resultados. “A soma de pequenas coisas fazem a questão. O futebol é dinâmico, são 22 jogadores que tratam de pensar e agir. Há uma estratégia e uma maneira de tentar jogar que, quem estiver mais atento à soma das pequenas coisas, pode se aproveitar no resultado final. Não sei se hoje foi um exemplo, creio que foi um jogo equilibrado. No 1° tempo, fomos melhores, no 2° tempo também fomos bem, mas tivemos menos ocasiões de gol. No final, eles poderiam ter empatado com as conexões que fazem, assim ganharam a Libertadores. O Fluminense não é perigoso porque sai jogando da defesa, mas porque conecta com três ou quatro jogadores e já faz o gol. Quem imaginaria um gol do Marcelo com a perna direita? Tivemos o controle do jogo, mas eles poderiam conectar em algum momento. Não passou porque fomos melhores nos detalhes.”Continua após a publicidade

Extracampo. “É muito importante estar perto do jogador e fazer com que ele se sinta o melhor atendido possível em todos os aspectos. Não está só o profissional. Meu grupo de trabalho e minha comissão têm comunicação com os jogadores, e o estafe também. Isso é muito importante para que todos se sintam escutados e valorizados. Uma coisa é que o conversamos, outra são as ações. O que o jogador valoriza são as ações, são elas que te dão credibilidade como líder. Para isso, é preciso tempo. Com o passar do tempo, são duas coisas: a credibilidade, que é pelo lado dos valores, e a capacidade que eles têm para executar. São essas coisas que se sustentam com o tempo. Somos encarregados de cuidar dos jogadores. Não me considero psicólogo, mas creio que o estafe envolve qualquer problema que os jogadores podem ter.”

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