O meio-campista Damián Bobadilla teve que tomar uma difícil decisão há cerca de um mês. Ele seria convocado para defender o Paraguai nos Jogos Olímpicos de Paris, mas abdicou da possibilidade para ficar no São Paulo e, na última quinta-feira, foi um dos heróis da classificação às quartas de final da Libertadores.
Bobadilla era um dos nomes que integravam a lista do técnico Carlos Jara Saguier. Ele, porém, permaneceu no clube tricolor a pedido da comissão técnica de Luis Zubeldía.
Ele até queria disputar as Olimpíadas, mas já havia desfalcado o São Paulo por sete partidas durante a Copa América e, se fosse à Paris, perderia mais jogos. Tudo isso em meio à carência do elenco no setor, tendo em vista que Alisson e Pablo Maia se contundiram.
O jogador, então, entendeu o pedido do treinador e abriu mão dos Jogos. Ele decidiu ficar e não só ganhou espaço no time, mas também foi um dos destaques da classificação às quartas da Libertadores. O meia paraguaio fez um golaço durante a vitória por 2 a 0 sobre o Nacional-URU, na última quinta, no Morumbis, e falou sobre o episódio.
“Era algo que eu sabia que ia ficar muito tempo fora do clube. Já tinha jogado a Copa América, iria ficar dois ou dois meses e meio de fora. Comecei a ter mais espaço. Quando assinei, fiz um compromisso com o clube. Meu primeiro time no exterior, um tricampeão mundial. Mentalizei que o time precisava de mim, o professor precisava de mim para suprir a ausência do companheiro que se lesionou. Apoiei os companheiros de seleção de longe e foquei aqui no São Paulo”, disse Bobadilla em entrevista coletiva.
O feito agradou Zubeldía, que encheu o atleta de elogios após ele ter garantido vaga na próxima fase da Libertadores. Ele destacou o profissionalismo do jogador de 23 anos e viu o gol decisivo como um “prêmio”.
“Ele teve a possibilidade de jogar os Jogos Olímpicos. Por uma questão de necessidades, falamos que o Bobadilla não iria sair. Não passa por jogar ou não jogar. O ponto é que hoje, há decisões dentro do planejamento que mostram um compromisso com o São Paulo. Jogadores que têm a oportunidade de ir e preferem ficar. É comissão que pode sair e fica. Esse senhor foi um profissional e hoje foi premiado”, afirmou o treinador.
Sem Bobadilla, o Paraguai não foi longe nas Olimpíadas. A seleção caiu nas quartas de final da competição, diante do Egito, nos pênaltis.
O meio-campista, por sua vez, ganha cada vez mais moral no São Paulo. Ele foi titular em 11 dos 13 duelos que o time disputou após seu retorno da Copa América e tem evoluído a cada jogo, suprindo muito bem a baixa daquele que era o melhor jogador da equipe até se lesionar: Alisson.
“Alisson tem caracaterísticas diferentes. É realmente difícil substituir alguém que estava em um nível muito alto. Mas não vejo como pressão, e sim como uma motivação. Tenho que dar a mesma confiança e segurança que ele transmitia aos meus companheiros”, finalizou Bobadilla.
Gazeta Esportiva