Zubeldía explica estratégia do São Paulo em três torneios e analisa estreia de Marcos Antônio

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Técnico vê vitória sobre o Atlético-GO como “prêmio ao trabalho” e diz não priorizar competições

Um “prêmio ao trabalho”. Foi assim que o técnico Luis Zubeldía analisou a vitória do São Paulo por 1 a 0 sobre o Atlético-GO, neste domingo, no Morumbi, quando jogou com uma equipe inteiramente reserva.

Em entrevista coletiva após a partida, Zubeldía, disse não priorizar competições e explicou a estratégia adotada para o São Paulo conseguir brigar em três frentes: Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores.

– Nós temos que ir dando passos importantes em cada uma das competições. Se eu te disser que uma é mais importante do que a outra, creio que estaria dando as costas à história do clube. Sabemos que a Libertadores sempre é o grande torneio para todos os times da América do Sul. Como a Champions na Europa. Mas dizer que uma é mais importante que outra, não tem sentido. Estamos em agosto, nas três frentes. Copa do Brasil já em quartas de final, vamos para o segundo turno do Brasileirão, e na Libertadores é oitavas de final. Estamos a ponto de começar a desatar um nó que vamos ver como se resolve. Tratamos de encarar cada um dos torneios com a maior energia possível. Daí, a explicação porque rodei os 11 jogadores, era preciso energia, entusiasmo, não pensar no Uruguai – declarou o argentino, que prosseguiu:

– É difícil executar quando se pensa em duas coisas ao mesmo tempo. Hoje, era espírito competitivo, que era fundamental ganhar como mandante. Se se sai bem, você avança nas duas frentes. Alguns jogadores estão mostrando em ação que são importantes. Disse que confiava neles. Não só pelo que vem, mas pelo que passou, alguns jogadores não notavam o cansaço, mas tem cansaço mental que eles não se dão conta. É preciso ver a postura dos demais se não saíssem bem as coisas. Corremos risco, mas confiamos no grupo e no estafe, que também me orientou.

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Zubeldía exaltou seus jogadores e todo o estafe tricolor após mais uma vitória, que coloca o São Paulo na quinta posição do campeonato, a cinco pontos do líder Botafogo.

– O time mereceu ganhar. Não é simples mudar 11 jogadores com tão poucos dias de trabalho entre um jogo e outro, mas o que o time tem que saber é que hoje é um prêmio ao trabalho que eles fazem desde que estou aqui. Porque o trabalho sempre paga, cedo ou tarde, te permite estar preparado. No caso do futebol, eu falei com eles sobre tática e manifestado que era muito importante ganhar hoje, primeiro porque jogamos diante de 45 mil pessoas. Segundo, era dia dos pais e precisávamos entregar um bom espetáculo como mandantes. Terceiro, para estar entre os quatro ou cinco times de cima. Era fundamental ganhar. Fizeram bem, trabalhando em equipe – opinou.

O argentino também analisou a atuação de Marco Antônio, meia contratado nesta janela de transferências, que fez a estreia pelo Tricolor.

– Ele ajudou como um 8, fizemos um tripé, com ele, Nestor e Liziero. Fizemos um pouco mais com Liziero como meia-atacante e Antônio como duplo volante. A recuperação da bola foi muito importante, estamos falando de metros dentro do campo. Ele jogando perto do Lizeiro, e Nestor jogando perto do André para orientar as pressões. Michel e Rato pelos lados. O time teve boa organização. Sempre estivemos ordenados. Marco participou da construção, recuperação, fez um bom trabalho, como todo o time. Todos cumpriram o objetivo, com coisas a melhorar, mas também para ressaltar.

A sequência do São Paulo reserva jogos contra o Nacional, pelas oitavas de final da Copa Libertadores (o primeiro duelo será quinta, no Uruguai) e clássico contra o Palmeiras, fora de casa, no domingo.

Confira abaixo outros trechos da entrevista de Luis Zubeldía:

Preparação para o jogo

– Esse time praticamente armamos duas semanas atrás, dez dias, com os treinos, não falava que era um time que poderia escalar, vou buscando associações. O mais importante é que treinem, que todos saibam que jogando muitos minutos, poucos ou nada, são importantes. Quem é que sabe o quanto esses três pontos vão ajudar. Agora, é uma vitória e nada mais, sem exageros, mas é preciso exaltá-lo. Não é fácil que os 11 compitam assim e ganhem merecidamente, com esforço, ordem tática, claro que com erros, mas simplesmente merecendo ganhar. Triunfo do elenco, do estafe, todos são importantes, da diretoria, que arma o elenco. De todos que vieram torcer mesmo sendo dia dos pais. Isso é o que tenho a dizer, agora é prepara Libertadores.

Posicionamento dos jogadores

– Te digo o que gosto: sempre gosto de ter um triângulo, quando tira a foto do time, gosto de ter um triângulo. Me gostaria de te explicar os prós e contras, mas não quero ajudar terceiros. Tenho muito claro o que me dá uma coisa e o que me dá outra. Não posso ignorar as características dos jogadores. Desde o primeiro dia, sei que Nestor pode render melhor na parte interna do campo, Michel possivelmente também. Desde o dia um sei que Rato rende melhor aberto e às vezes por dentro. Erick o mesmo. Ferreira pode oscilar entre o lado esquerdo e interno, também. É um jogador que te permite ter o campo aberto. Lucas é um atacante, que pode jogar por dentro, pela direita, centro, ou atrás do atacante pela esquerda. O que acontece é que faço o diagnóstico. Como tenho Luiz, Bobadilha, Liziero e Nestor posso armar um tripé, mas estava jogando como um meia-atacante que é o Luciano. Ele com um centroavante, os dois combinando, o time ganha muitos gols. Isso te proíbe de jogar com um tripé, porque joga com um tripé invertido. Tem uma situação híbrida, não tão definida, que é a de Nestor, que hoje saiu do interior, mas saltando como meia-atacante. Nestor saltava a pressão e terminava em qualquer setor na frente do ataque. Esse triângulo no meio se vê em algumas ocasiões e em outras não.

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