Memphis Depay tem, no Corinthians, o maior salário do futebol brasileiro: R$ 3 milhões mensais.
Recém-chegado no São Paulo, o meia Oscar, com R$ 2,3 milhões mensais, será o terceiro mas bem remunerado do país.
Ambos jogam em clubes sufocados por dívidas monstruosas, próxima de R$ 1 bilhão no Tricolor e superior a R$ 2 bilhões no Alvinegro.
Dívidas em que o valor principal muitas vezes não é pago, e resta apenas a alternativa de pagar os juros, que passam por um momento de forte alta no Brasil.
No seu balanço de 2023, logo de cara o São Paulo mostrava preocupação com a situação, citando até guerras do outro lado do mundo.
“O cenário internacional adverso e a instabilidade econômica e política no Brasil, atingiram diretamente o ambiente de negócios brasileiro em 2023, reduzindo os fluxos financeiros internacionais. As incertezas são pautadas pelo movimento dos juros americanos e no Brasil, bem como a volatilidade adicional trazida pelos conflitos internacionais, como as guerras entre Rússia e Ucrânia e Israel e o Hamas. Fatores que impactaram a atividade econômica no mundo, com especiais reflexos no mercado de crédito e, de maior interesse para o SPFC, no mercado de negócios do futebol”.
Contando 13 salários, Oscar vai ter um custo anual, fora tributos que precisam ser pagos pelo clube, de pouco menos de R$ 30 milhões. No caso de Memphis, seu custo anual é de quase R$ 40 milhões.
O “jogador juros” custa muito mais para São Paulo e Corinthians.
Em seu balanço, o Tricolor aponta que pagou R$ 89,4 milhões em “despesas financeiras”, que são basicamente valores gastos em juros e encargos na contratação de um empréstimo
A situação corintiana é muito mais dramática.
Em 2023, segundo seu balanço, o clube teve despesa financeira líquida de R$ 127,4 milhões, ou mais do que o dobro do ano anterior (R$ 61,7 milhões).
São R$ 40,45 milhões com juros sobre financiamentos e empréstimos.
Quase R$ 4 milhões por variação cambial. R$ 68 milhões com atualização monetárias de impostos não pagos
Ainda gastou R$ 1,68 milhão em IOF e mais R$ 24 milhões em “outras despesas financeiras”.
Na casa das pessoas de bom senso, quem sofre para pagar os juros de uma dívida não deve ter gastos luxuosos. Não é o que pensam as diretorias de Corinthians e São Paulo.
Fonte: ESPN