Depois de um início arrasador, em que emplacou vitórias em sequência no comando do São Paulo, Luis Zubeldía levou um “choque de realidade”, principalmente com as eliminações da Copa do Brasil e da CONMEBOL Libertadores. Apesar disso, ele ganhou um voto de confiança e será o técnico no início da próxima temporada.
E mesmo que o 2025 do Tricolor ainda seja um mistério, muito por conta dos problemas financeiros que o clube enfrenta, o treinador está confiante, e além de acreditar em ao menos um título, ele mostra que está totalmente comprometido com o projeto. Em entrevista ao ge, o argentino confirmou que recebeu sondagens para deixar o Morumbis, mas que não sairia nem mesmo com uma proposta “de outro mundo”.
“Veio a seleção do Equador e uma outra equipe importante, mas meu dever e meu compromisso é com o São Paulo. Eu disse a (Carlos) Belmonte, ao Rui (Costa) e a todos: ‘Pode vir o Real Madrid que não vou’. Por minha decisão, não posso causar um dano ao São Paulo. Sou comprometido, me jogo no projeto”, iniciou ele.
“Se estou aqui, é porque estou convencido. Os dirigentes da Federação pediram para eu ir para a seleção do Equador. ‘Te amam, te querem. Vamos para o Mundial’. Tem um Copa do Mundo daqui dois anos. Iria com 43 anos e com uma geração que eu não sei se vai se repetir no Equador. O Estupiñan começou comigo, ele me chamou para ir. Vários jogadores me ligaram e chamaram. Não quis sair daqui. Precisamos fazer as coisas convencidos, e eu estou convencido”, seguiu, citando a sua forte relação com o país, onde comandou alguns clubes, como Barcelona-EQU e LDU.
Se ele está convencido a ficar e buscar conquistas para o São Paulo, houve um momento em 2024 em que se cogitou que a diretoria demitiria o treinador. Apesar de saber dessa possibilidade, Zubeldía garantiu que não é algo que tirou seu sono.
“Sei que é sempre uma possibilidade, mas não a controlo. O que controlo é que se aparece uma equipe, Boca Juniors ou qualquer outra, tenho claro que meu compromisso é o São Paulo. Mas não consigo controlar o que pensam Belmonte, Rui, o presidente, jogadores. O que peço é que trabalhem em equipe. Preciso que estejam convencidos do que fazemos. Essa confiança dou sempre, apesar dos rumores. Tenho afeto dos torcedores. Muito. As redes sociais são parâmetro e não são. Não sei quem a controla. Se dizem que o Tite está chegando, não posso comprar isso. Não posso crer.”
Apesar de ter apenas 43 anos, o argentino já é um veterano no futebol. Como teve que se aposentar cedo dos campos, por conta de lesões, ele iniciou a carreira como treinador bastante cedo, e já passou por muitos clubes na América do Sul e também na Europa antes de chegar ao Brasil. Talvez por isso, não acredite tanto em pressão ou surpresas.
“Na minha vida normal, vou me fazendo entrevistas, vou me perguntando as coisas a todo o tempo. Vou me motivando, me dando ânimo, me fazendo perguntas que me fariam os jornalistas. Essa pergunta eu me fiz, que coisas me surpreenderam. Rapidamente: nenhuma.”
Fonte: ESPN