Tricolor enfrentou o Flamengo pela FC Series e empatou sem gols em Fort Lauderdale; técnico, porém, tira lições para montar melhor sistema a ser utilizado em 2025
Foram 11 dias de pré-temporada para o São Paulo nos Estados Unidos, com jogos contra Cruzeiro (empate por 1 a 1), em Orlando, e Flamengo (empate de 0 a 0), em Fort Lauderdale, no último domingo.
Independentemente dos resultados, o técnico Luis Zubeldía espera levar do período de treinamentos um time mais ligado do que tinha em 2024. O técnico entende ainda ter um elenco curto, com opções faltantes na lateral direita, no meio-campo e no ataque, mas com uma defesa forte e capaz de ser melhor do que é.
No primeiro jogo, o Cruzeiro abriu o placar com só 1 minuto ao ganhar presente do Tricolor em saída errada de Sabino, considerado pela comissão técnica como o zagueiro mais construtor do elenco. Dois dias depois, o técnico subiu o tom com o grupo todo, usando esse gol como exemplo a ser superado.
A bronca de Zubeldía no treino se deu por um sentimento negativo dele sobre os últimos resultados da equipe desde 2024: na visão dele, desde a derrota para o Inter por 3 a 1, em 22 de setembro, a equipe enfileirou gols concedidos aos adversários, em decisões equivocadas que acabaram sendo punidas.
O São Paulo de 2024 entregou gols, por exemplo, nos jogos contra o Botafogo, tanto na Libertadores, quando Luiz Gustavo perdeu o domínio no meio e foi desarmado, quanto na última rodada do Brasileirão, quando Jandrei buscou Santiago Longo, e o argentino acabou sendo facilmente batido.
Em resumo, porém, o que Zubeldía quer é que os jogadores tenham uma visão mais ampla para, quando tiveram a bola na hora da construção, busquem opções mais livres pelos lados do campo ou procurando o pivô de Calleri, num jogo vertical, mas de menos riscos de contragolpes fatais.
– Mira curto y mira largo – diz um mantra do treinador, que na tradução pode significar “olhe curto e olhe longo”, numa ordem que incentiva que os jogadores enxerguem o jogo nos metros ao redor, mas também consigam ter uma visão mais ampla dos espaços vazios dentro de campo.
O que se tira do FC Series?
Taticamente, Zubeldía mostrou que o São Paulo seguirá jogando com o mesmo 4-2-3-1 de 2024, com dois volantes atuando lado a lado, dois jogadores de velocidade pelos lados e um articulador.
Dos dois reforços que estrearam, Enzo Díaz teve um desempenho melhor que o de Oscar nos amistosos. Talvez por já ter iniciado a pré-temporada do River Plate nos primeiros dias do ano, Enzo chegou pronto fisicamente e conseguiu apresentar bom futebol.
Com boa presença à frente, deu alguns bons cruzamentos nos jogos, como o que Calleri quase marcou, exigindo defesa de Rossi.
Camisa 10 típico, Oscar foi escalado como meia central nos dois jogos, fazendo trio com Lucas e Ferreira na primeira etapa do segundo jogo. Depois, com a saída de Lucas e a entrada de Luciano, assumiu o lado esquerdo do campo. Pelas saídas, foi pouco o tempo de Oscar e Luciano juntos.
Por nenhuma vez o time foi escalado como o “quarteto mágico” formado por Lucas, Oscar, Luciano e Calleri. Contra o Fla, Luciano começou fora e entrou na vaga de Lucas. O técnico diz que é cedo para cravar um time titular, que a temporada é longa e que todos serão utilizados da melhor forma.
Nesta segunda-feira, o São Paulo estreia no Paulistão, contra o Botafogo-SP, em Ribeirão Preto, com um mistão. O time de verdade começa a se formar contra o Guarani, na quinta, dia 23. Tudo, por enquanto, é ainda muito embrionário para se tirar grandes conclusões.
Fonte: Globo Esporte