Depois da vitória contra o Corinthians, no último domingo (26), o São Paulo tem pela frente um novo clássico, pois visita a Portuguesa nesta quarta-feira (29). Porém, o duelo, que tradicionalmente aconteceria no Canindé, dessa vez terá um novo cenário, o Pacaembu, que, após um longo tempo em reforma, recebe o seu primeiro jogo profissional.
No último fim de semana, o estádio sediou a final da Copinha, com título do Tricolor. Mas isso não quer dizer que é uma boa notícia para o torcedor, que já se prepara para o jogo com um temor: o gramado sintético.
O tipo de piso tem sido um grande trauma para o São Paulo, que nos últimos anos viu inúmeros jogadores se lesionarem por conta disso. O histórico mais “horripilante” é no Allianz Parque, onde, desde 2023, seis atletas saíram machucados.
No confronto contra o Palmeiras na fase de grupos do Campeonato Paulista, Ferraresi e Rafinha se machucaram no local. O zagueiro rompeu os ligamentos do joelho e ficou um grande tempo afastado, enquanto o lateral teve um problema mais leve.
Algum tempo depois, o Tricolor optou por mandar o jogo contra o Água Santa no estádio nas quartas de final do torneio. E mais dois jogadores se contundiram: Galoppo sofreu uma lesão no joelho, enquanto Welington machucou o tornozelo. Ambos precisaram passar por cirurgias.
No mesmo ano, no Brasileirão, foi Lucas quem precisou deixar o jogo com o Palmeiras antes do fim, com estiramento na coxa esquerda. Em 2024, a última “vítima” do Allianz foi Ferreira, que sentiu dores na região lateral da coxa esquerda. No mesmo jogo, Patryck também se machucou, mas por conta de um choque com Estêvão, algo que não teve relação com o gramado.
E não é só a casa palmeirense que traz recordações ruins para o Tricolor. Na primeira rodada do Brasileiro de 2023, o atacante David sentiu dores no joelho direito e precisou sair do jogo contra o Botafogo, que marcou a estreia do gramado sintético do estádio Nilton Santos.
Por conta desse histórico, tem se tornado normal que o São Paulo opte por poupar alguns de seus principais atletas em jogos na grama artificial, como aconteceu no jogo que definiu o título brasileiro no ano passado. Na ocasião, Carlos Belmonte, diretor de futebol, justificou a decisão, preocupado com a pré-temporada de 2025.
“Há uma preocupação muito grande da nossa área de preparação física, fisiologia, com o gramado sintético. O Zubeldía colocou isso e está coberto de razão. Um jogador que se machuca na última rodada perde a pré-temporada. E depois, vai ter que fazer toda a transição. O Zubeldía tem essa preocupação e passou para mim”.
A estratégia deve ser repetida agora. Isso porque os titulares do time atuaram em dois jogos seguidos, e alguns deles certamente ficarão fora contra a Portuguesa, abrindo espaço para alguns jovens que têm atuado menos. A ideia ficou ainda mais evidente quando, no mesmo Pacaembu, no último sábado, o volante Hugo precisou deixar a final da Copinha ainda no primeiro tempo por conta de uma lesão.
Fonte: ESPN